Crônica (do grego chrónos = tempo).Cronicar é relatar o tempo.
A respeito deste gênero literário há quem diga que os brasileiros o transformaram numa especialidade da casa, feito muqueca de peixe, tutu à mineira...
E isto não seria por terem os nossos escritores fôlego literário curto, uma vez que são excelentes no conto. A ligeireza da crônica brasileira talvez decorra da consciência da velocidade com que o tempo vai levando fatos e pessoas e da necessidade de ir registrando o que se passa, inclusive no âmbito pessoal e intransferível. Somos mesmo muito pessoais, vemos e vivemos muito a nossa vida e a celebramos quase que no próprio instante em que ela se passa. E a crônica se presta muito bem à finalidade. Pouco importa se o cronista se limite a relatar seu encontro no bar, sua ida ao supermercado ou o último filme que assistiu. Não interessa se ele é elitista ou literariamente limitador. E daí que não tenha profundidade? O cronista vai falando sozinho diante do mundo (o que, de um certo modo, também faz o blogueiro) e, ao fim de algum tempo, seleciona, revisa e lança em livro suas crônicas. É só observar nas livrarias as obras de autores brasileiros contemporâneos.
Quantos não são cronistas?
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