fevereiro 26, 2012

Olgária Matos - entrevista

"O filósofo Walter Benjamin é um dos críticos mais lúcidos e aguçados do mundo moderno. Suas reflexões cobrem questões que passam pela economia, política, fetiche e desejo. Uma das estudiosas mais conhecidas do pensamento de Walter Benjamim, Olgária Matos tem como referência principal em seu livro mais recente, "Benjaminianas: cultura capitalista e fetichismo contemporâneo" (Editora Unesp, 302 págs.), as indagações desse filósofo a respeito da modernidade e nos oferece um quadro interpretativo das questões mais marcantes no mundo atual. 

Nos ensaios do livro Olgária trata de temas como estado de exceção, a racionalidade científica do mercado, modernidade, fetiche, a experiência do tempo, luxo e imagens de desejo. O tratamento dado por ela a esses temas tem como horizonte um momento em que as relações humanas são cada vez mais fragmentadas e marcadas pelo imperativo do consumo e do espetáculo. De modo que sua leitura de Benjamin visa mostrar o processo pelo qual em décadas recentes o capitalismo de produção foi substituído pelo de consumo. Em suma, Olgária possibilita ao leitor acompanhar as transformações da sociedade atual e entender o processo pelo qual se deu a universalização do fenômeno do fetichismo e a indeterminação do princípio de realidade". 


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O que ela diz sobre o cinema brasileiro :

"O cinema brasileiro contemporâneo não é propriamente cinema, pois pratica uma espécie de pseudosociologia. As pessoas não vão ao cinema para assistir a um comício ou a uma aula de sociologia. O cinema brasileiro tem muita dificuldade de lidar com as complexidades e contradições: a "subjetividade" se reduz ao social. Se a direita explica a violência inteiramente pelo psíquico, pelo "caráter" ou pela "natureza", a esquerda explica tudo pela sociedade. Ninguém enfrenta o que escapa a essas determinações, o enigma da vida, como foi o caso singular e comovente do filme documentário "Ônibus174", dirigido pelo José Padilha. A questão do destino e do acaso que rege muito de nossa condição"

Nota: A íntegra da entrevista concedida ao Digestivo Cultural leia aqui

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