julho 05, 2011

NARCISOS

Caravaggio
«Quando Narciso morreu, conta Oscar Wilde, todas as flores da margem, desoladas, pediram ao rio algumas gotas de água para chorar.
- Ah – disse o rio –, nem que todas a minhas gotas de água fossem lágrimas me bastariam para chorar a morte de Narciso. Porque o amava.
- Impossível não o amar! – disseram então as flores –. Era tão belo!
- Era belo? – pergunta rio.
- Quem melhor do que tu para o saber? – disseram as flores –. Ele todos os dias se debruçava da margem e contemplava nas tuas águas a sua beleza.
- Mas não era por isso que eu o amava – disse o rio.
- Então por que era?

- Porque, quando ele se debruçava, eu podia ver a beleza das minhas águas nos seus olhos.»
O mito: Uma ninfa bela e graciosa tão jovem quanto Narciso,chamada Eco o amava em vão. A beleza de Narciso era tão incomparável que ele pensava que era semelhante a um deus, comparável à beleza de Dionísio e Apolo.
Narciso rejeitou a afeição de Eco até que esta, desesperada, definhou, deixando apenas um sussurro débil e melancólico. Para dar uma lição ao rapaz frívolo, a deusa Némesis condenou Narciso a apaixonar-se pelo seu próprio reflexo na lagoa de Eco. Encantado pela sua própria beleza, Narciso deitou-se no banco do rio e definhou, olhando-se na água e se embelezando. As ninfas construíram-lhe uma pira, mas quando foram buscar o corpo, apenas encontraram uma flor no seu lugar: o narciso.

Nota: A metamorfose de Narciso é o Dali  que também  ilustra este post.

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