Deu na Folha que estrangeiros que vem viver aqui, ao chegar fazem aula de "jeitinho" para se adaptar ao país. Seria um “treinamento para lidar com a informalidade dos brasileiros”.
Será que alguém precisa de curso para isto? Pensemos na situação inversa. Algum país ao acolher brasileiros faz treinamento para ensiná-los, por exemplo, a serem pontuais, a não sujarem as ruas, a não serem barulhentos, a respeitarem filas, a dizerem com licença, por favor e desculpe, a não acharem que o garçom é empregado deles... dentre outras noções elementares de civilização?
A matéria relata casos de pessoas que vieram trabalhar aqui, cuja maior dificuldade que encontraram no país foram “ os brasileiros” .
Uma vergonha :“Para que estrangeiros entendam a malandragem e o "jeitinho brasileiro", uma consultora, formada e com mestrado em relações internacionais, dá aulas e treinamento para que esses "expatriados", como ela diz, aprendam a viver em São Paulo e consigam se adaptar ao Brasil e aos brasileiros.”
Há uma pesquisa com executivos "expatriados" em 110 países que revela que o Brasil é o quarto pior país do mundo para adaptação, atrás apenas de China, Índia e Rússia. Por que seria?
Pasmem :“Depois de um intensivo de dois ou três dias de aulas de história, geografia e cultura brasileira, os treinandos vão às ruas para aprender a andar de ônibus e de metrô” . O que tem de diferente em nosso metrô?!
Ou seriam aulas práticas de jeitinho? De como furar filas, atravessar fora da faixa, não respeitar o sinal fechado, oferecer propina para o guarda, jogar lixo na rua? Deve ter muito mais " traços culturais" que fazem parte do repertório de comportamento a ser aprendido.
Para alguns dos treinandos , o trânsito e a violência seriam os dois maiores problemas. Para outros, a falta de comprometimento dos brasileiros é uma das primeiras lições a ser aprendida.
Eles ainda não viram foi nada!!!!
2 comentários:
Jeitinho é também improvisação, approach,savoir-faire, é segurar a onda ante o imprevisto, inverter o curso natural da vida. É ser filha do Boanerges, que, pobre de Jó, foi soldado da borracha, mata mosquito, comeu cobra para sobreviver, criou doze filhos sem emprego fixo.É passar seleção natural. E com esse jeitinho vou cá lambendo minha rapadura, certa de que agüento campo de concentração e ainda saio gorda e corada. I will survive.
Lúcia
Na verdade, estou impressionado, como uma pessoa que conseguiu "se mudar pra estrelas", consegue ver com tanta clareza estas mazelas, que poluem a mente dos brasileiros. E olha que não mora mais no nordeste, onde a jeitinho brasileiro (acrescente-se a falta de educação), a lei de Gerson e outras cositas mas, aqui campeia, livre, leve e solta, Tão comum, por estas bandas, que nos surpreende quando ouvimos, um Bom dia; por favor e muito menos um muito obrigado. E ainda tens a pretenção, de sonhar, mesmo de leve, de um dia voltar ao Ceará? Não acredito.
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