outubro 30, 2008

Toda mulher é meio Leila Diniz

É o que diz a Rita Lee no refrão da música Elas querem é poder!:

“Toda mulher quer ser amada
Toda mulher quer ser feliz
Toda mulher se faz de coitada
Toda mulher é meio Leila Diniz”


Ser Leila Diniz nos anos 60 e 70, em plena vigência da ditadura militar e de um conservadorismo moral sufocante, fez dela uma “revolucionária” que levantou a bandeira da espontaneidade e da alegria contra o machismo mal humorado então reinante. Sua rebeldia, que causou tanto impacto e a faz ser considerada uma "quebradora de tabus", hoje parece bem comportada, até banal. Falar sem pudores sobre sexualidade ou posar grávida de biquíni não escandaliza a mais ninguém. Viver intensamente e gozar da liberdade sexual virou rotina. Separar sexo do amor também. Mais que isso, a felicidade e o prazer viraram quase uma obrigação. E a moda de escancarar a vida íntima em público?
Apesar de ter morrido aos 27 anos, ou talvez por isto mesmo, LD continua viva no comportamento de várias gerações que adotam suas mensagens e exemplos, ainda que nem saibam a quem devem parte da liberdade de que desfrutam.
Embora tenha participado de novelas, feito teatro e atuado em filmes, LD tornou-se celebridade pelas suas entrevistas, nas quais não media palavras, nem palavrões. Tornou-se famosa a que foi publicada no Pasquim, em novembro de 1969. “Cada palavrão dito pela rósea boquinha da bela Leila foi substituído por uma estrelinha. É por isso que a entrevista dela até parece a Via Láctea”, explicou o editor. Foi a edição mais vendida de toda a história do jornal. Coincidência ou não, a censura prévia à imprensa foi instituída pela ditadura logo depois, através do que ficou conhecido como o Decreto Leila Diniz.
LD havia sido casada com Domingos de Oliveira e, em 1971, voltou a se casar, com o cineasta Ruy Guerra. Grávida de oito meses, chocou a “família brasileira” ao expor o barrigão na praia de Ipanema e ao se deixar fotografar amamentando.
Sua morte, em 1972, provocou uma verdadeira comoção nacional. Partia a mulher, nascia o mito.

Algumas de suas frases:

“Você pode muito bem amar uma pessoa e ir para cama com outra. Já aconteceu comigo”
“Quebro a cara toda hora, mas só me arrependo do que deixei de fazer por preconceito, problema e neurose”
“Não morreria por nada deste mundo, porque eu gosto realmente é de viver. Nem de amores eu morreria, porque eu gosto mesmo é de viver de amores”
“Eu posso dar para todo mundo, mas não dou para qualquer um”
“Cafuné na cabeça, malandro, eu quero até de macaco”
“Viver, intensamente, é você chorar, rir, sofrer, participar das coisas, achar a verdade nas coisas que faz. Encontrar em cada gesto da vida o sentido exato para que acredite nele e o sinta intensamente”
“Sempre andei sozinha. Me dou bem comigo mesma”
“Eu trepo de manhã, de tarde e de noite”
“Todos os cafajestes que conheci na vida são uns anjos de pessoas”
“Eu durmo com todo mundo! Todo mundo que quer dormir comigo e todo mundo que eu quero dormir”
“Só quero que o amor seja simples, honesto, sem os tabus e fantasias que as pessoas lhe dão”
“Não sou contra o casamento. Mas, muito mais do que representar ou escrever, ele exige dom”

3 comentários:

Anônimo disse...

Já viste o filme com a Louise Cardoso no papel de Leila? É um filme de meados dos anos oitenta. Vale a pena ver pelo saudosismo, pela viagem que se faz a uma época dura, mas que era cheia de poesia, de boa música, uma época em que se tinha medo de outras coisas. Hoje temos medo de tudo e de todos, até de nós mesmos. E infelizmente já foram quebrados todos os tabus. Hoje não espaço para novas Leilas. O que pode surgir é apenas gente baixaria, como as várias mulheres- frutas do momento (melancias, morangos, etc.,) que acabarão, todas, devidamente apodrecidas, ao contrário da Leila, que ficou em todos os tipos de memórias. Indelével. Indeletável. Beijos. TL

Anônimo disse...

Ótima reflexão!
No filme a Louise Cardoso está perfeita no papel de LD. Saiu ultimamente mais uma biografia dela.
abr.
zelia

angeli disse...

nem toda mulher e leila diniz graças a deus,vc pode ser livre independente e etc e tal,mas leila foi o ex. da mulher vulgar sem classe e educaçao,serviu aos homens,foi mero lanchinho,foi vitima dela mesma,amor proprio e fundamental e isso ela nao tinha,como ficou oex. funesto dela pra as geraçoes futuras,infelizmente,mais ainda existe mulheres inteligentes .