Jardim da Fundação Armando Álvares Penteado
Entrada da FAAP e seus maravilhosos vitrais
HAMLET
Quem sou eu para falar de Shakespeare!
Não há como não reconhecer sua genialidade.
No entanto, na versão de Hamlet,em cartaz no teatro da FAAP , os mais famosos solilóquios da literatura parecem pausas no meio de uma grande e persistente gritaria. O Hamlet berra, sapateia, transpira e cospe,salta, corre, toca os outros efusivamente o tempo todo. Os momentos de reflexão ficam sem peso. É certo que Hamlet exagera sua suposta loucura para levar adiante seu plano de ver estampada nos rostos de seu tio e sua mãe a verdade sobre a morte de seu pai. Mas loucura não se agita sem parar. Daquele modo, levantaria a dúvida dos outros sobre sua veracidade. Por outro lado, a melancolia de Hamlet não se sustenta. Ele demonstra uma energia que não combina com isso. O rei Cláudio não tem nada da pompa que Hamlet tanto satiriza. A loucura de Ofélia, que serve de contraponto para que vejamos o método que existe na de Hamlet, não convence. Enquanto que na dupla Rosencrantz e Guildenstern não pesa a menor culpa pela traição ao amigo.
A tragédia fica encoberta por uma vasta fumaça de piadas e trejeitos, talvez pelo medo de entediar a platéia (que ri ao ouvir “puta”) com o texto elaborado e metafórico de Shakespeare.
Fazer um Hamlet mais informal e acelerado, muito brasileiro em suas demonstrações afetivas, pode até dar certo, mas ainda não foi desta vez.
Vejam quem estava na platéia!!!
2 comentários:
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Oi Zelinha,
Baladissima essa minha amiga.Tenho saudade de vc.
Acompanho teu blog mas não sei deixar comentários nele.
Q sabinha q vc é!Traz tanta coisa cult, q eu me delicio.
Bjs ,Querida.Aprocite Sanpa.
Gostei da primeira frase de sua redação.
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