março 06, 2008

O 8 de março na India


O governo indiano destinará uma ajuda financeira às famílias para que mantenham suas filhas .

O governo indiano anuncia que concederá uma ajuda financeira para as mães que deixem nascer suas filhas. O objetivo é limitar o número de infanticídios e abortos seletivos. O programa prevê uma subvenção de US$400 desde o nascimento até os 18 anos e US$500 na maioridade, com a condição de que a menina seja escolarizada e não se case.
Busca-se encorajar as famílias a tratar melhor as crianças do sexo feminino, educá-las e considerá-las como um capital e não como um encargo, explicou o ministro para o desenvolvimento das mulheres e crianças Renuka Chowdhury. O governo espera salvar 100.000 meninas em 2009, graças a este programa.
...
A preferência pelos meninos é uma tradição solidamente arraigada no sul do continente indiano.É para os meninos que se transmite a herança e a eles incumbe cuidar dos pais até a morte destes.O filho homem,segundo os ritos hindus,é que libera a alma de seus corpos,recitando uma última oração diante do ataúde.
A filha, considerada como “aquela que parte” vai viver com a família de seu esposo em troca de um dote,o que leva alguns pais a abrir uma conta de poupança desde o seu nascimento.
Na campanha,a ser lançada no Dia Internacional de Mulher,8 de março, serão usados cartazes contendo mensagens objetivando uma mudança de atitudes. “As filhas geralmente cuidam melhor de seus pais idosos do que os filhos”, poderá ser lido em alguns cartazes .
....
Num primeiro momento, o programa lançado pelo governo será destinado às famílias mais desfavorecidas.“O problema do aborto seletivo ocorre principalmente nas famílias que vivem abaixo da linha de pobreza", declara George Sabu, um militante que luta contra a prática do aborto seletivo.
Ao mesmo tempo,técnicas de fertilização in vitro, ilegais e caras estão disponíveis nas clínicas das grandes cidades.Segundo Puneet Bedi, um obstetra de Nova Delhi : “ Casais abastados estão dispostos a vender sua casa para ter um filho e não uma filha”

Traduzi do Le Monde
Julien Bouissou
Article paru dans l'édition du 07.03.08.

Nenhum comentário: