"Carlos Drummond de Andrade ("o maior poeta que o Brasil já teve", na opinião de Manuel Bandeira) recebe aquele estudantezinho atrevido que, de saída, lhe pergunta, sem a menor cerimônia, já amigo de "tu":
- Onde nasceste?
A vontade de Drummond seria responder: "Em Itabiriste". Mas contém e fica à espera. O menino, decididamente da extrema esquerda, quer que todos assumam posição no mundo de hoje. E pergunta:
- Drummond, qual é a posição de escritor nos dias que vivemos?
Este não hesita e dispara:
- A posição de escritor pode ser de pé, sentada ou deitada, conforme lhe resulte mais cômodo.
E, diante do espanto do menino, aconselha:
- Menino, se você não é comunista, vá sendo logo, que é para deixar de ser depressa. Eu também já fui e deixei.
[...]
( erotismo - poesia e psicanálise em entrevista inédita)
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