julho 23, 2012

O Moinho e a Cruz


Sinopse

Uma recriação arrebatadora da pintura épica de Pieter Brugel "A procissão para o Calvário", de 1654. No filme, Rutger Hauer representa Bruegel, Michael York vive um colecionador de arte amigo do pintor e Charlotte Rampling é a inspiração para sua Virgem Maria. Assim Majewski – usando efeitos visuais, tomadas em locações fantásticas na Polônia, na Áustria e na Nova Zelândia e um imenso pano de fundo pintado à mão – conta a história da pintura através de uma análise minuciosa de rituais seculares da vida cotidiana flamenga no século XVI, em toda a sua ocre imundície, com cenas que revelam as escolhas artísticas de Bruegel e o contexto político do momento. A pintura literalmente ganha vida neste filme encantador, em que cenas fantásticas invadem o espectador como um sonho adentra um corpo adormecido.


Pieter Bruegel, o Velho - 1564 -"O Caminho para o Calvário ". Um trabalho complexo carregado de simbolismo e drama. 

Observa-se na procissão para o Calvário que as pessoas eram tão alheias ao sofrimento do Cristo, quanto uma pessoa comum em uma rua da cidade pode ser hoje. Suas mentes estavam voltadas para seus jogos, seus assuntos mesquinhos, suas crianças travessas, indiferentes aos guardas senhoriais e às suas práticas violentas. Esta indiferença se manifestava, especialmente, diante do espetáculo da execução. As identidades dos acusados, nem se sabia de que, ​​pouco importava. Em nenhum momento demonstravam reconhecer que Cristo estaria dando sua vida por eles.
Nesta representação da Procissão de Cristo na cruz, em que soldados espanhóis presidem uma execução no século XVI, em Flandres, se destaca a figura misteriosa do moleiro, representando Deus, presidindo um moinho improvável localizado no topo de um penhasco oco.
O filme é baseado no livro "O Moinho e a Cruz" e mostra Bruegel discutindo o desenvolvimento do seu trabalho com o patrono Nicolaes Jonghelinck

"Para mim, Bruegel é tempo", disse o diretor Majewski. "Você não pode simplesmente vir e olhar uma vez uma de suas pinturas, você sempre tem que entrar no trabalho".

Transportar a pintura para um meio tão diferente como o cinema exigiu a combinação  de artesanato com a mais recente tecnologia digital cinematográfica. Trajes foram feitos por costureiras poloneses e tingidos com tintas feitas a partir de cebolas cozidas, beterraba e maçã. O negro foi alcançado pela queima de uma vela contra um painel de vidro, ao invés de confiar aos computadores a recriação do tom exato. O diretor Majewski teve que completar uma árvore parcialmente visível no canto superior esquerdo da pintura para estender o campo de visão da câmera.
"Muitas vezes eu sentia que estávamos fazendo um tapete digital, fio por fio", disse Majewski, explicando que o filme   foi composto de camadas, pois a Flandres da pintura é uma ficção surreal da imaginação do artista, composto por sete perspectivas diferentes.
A obtenção da "chave" para essa estética foi um trabalho árduo, disse Majewski, porque "Bruegel é um mágico na criação desses tipos ilusórios de funis na pintura."
Vale a pena conferir o resultado!


Um comentário:

Anônimo disse...

Quero ver hoje mesmo!
Obrigado.
Bjo, Ruy