novembro 07, 2011

Bibi Andersson

"É impossível pensar em Bibi Andersson sem lembrar de Ingmar Bergman. No universo atormentado do diretor sueco, repleto de rostos angustiados e cheios de culpa, ela representou quase sempre um contraponto de frescor e inocência.
Atriz consistente, formada no célebre Teatro Real de Arte Dramática de Estocolmo, Bibi teve seu primeiro contato com Bergman em 1951, aos 15 anos, quando atuou num comercial de detergente dirigido por ele. No ano seguinte, por conta de uma breve relação com o ator Gösta Tarserus, 31 anos mais velho, ela fez seu primeiro aborto.
Atuou em 13 filmes de Bergman, entre eles algumas obras-primas: O Sétimo Selo, Morangos Silvestres, No Limiar da Vida, O Rosto, Persona. Embora já tivesse sido premiada em Cannes (por No Limiar da Vida) e em Berlim (por A Amante Sueca, de Vilgot Sjöman), foi o impacto de Persona (1966) que abriu para Bibi uma carreira internacional, nunca plenamente desenvolvida.
Atuou sob a direção de Ralph Nelson (no faroeste Duelo em Diablo), John Huston (no thriller de espionagem Carta ao Kremlin) e Robert Altman (na parábola futurista Quinteto), contracenou com Sidney Poitier, Paul Newman e Vittorio Gassman, colheu prêmios e elogios mundo afora, mas não conseguiu, ou nem quis, libertar-se da sombra de Bergman, com quem trabalhou também na TV e no teatro.
Ela própria diretora teatral de talento, tem atuado em filmes, peças e minisséries suecas e vivido discretamente com seu terceiro marido na sua Estocolmo natal. Aos 75 anos, segue bela e ativa. Sua última atuação internacional foi há dois anos, em La Escarcha (A Geada), do diretor catalão Ferran Audí".
Da Calçada de Memória   de José  Geraldo Couto (link no título)

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