fevereiro 02, 2011

A Cidade dos Prodígios

" Em 1975, três meses antes da morte do generalíssimo Francisco Franco , a Espanha, entre satisfeita e perplexa, descobria um romance que, por sua originalidade, contrastava com tudo o que se escrevia no país àquela época. Chamava-se La verdad sobre el caso Savolta (Barcelona, Seix-Barral), até hoje não traduzido no Brasil. E seu autor, Eduardo Mendoza , passava a ocupar um lugar no altar reservado às promessas literárias.
Trinta e cinco anos depois, Mendoza não é mais uma promessa. É, isso sim, um autor consagrado. La ciudad de los prodígios (Seix-Barral, 1986), seu único livro publicado no Brasil (A cidade dos prodígios, São Paulo, Companhia das Letras, 1987), já vendeu mais de 200 mil exemplares. No total, o autor já deu à luz 17 títulos, tendo vendido cerca de um milhão e meio de exemplares. Só o recente El asombroso viaje de Pomponio Flato (Seix Barral, 2008), que o autor define como uma “novela de humor” ou “de avión”, passou dos 500 mil exemplares. Como seus livros “vendem como churros” – para se repetir aqui uma típica frase mendozina –, ele vive de direitos autorais há três décadas, privilégio reservado a poucos, mesmo na Espanha."*


Mistura de romance histórico  e crônica  da cidade de Barcelona no período entre as duas Exposições Universais   - a de 1888 e a de 1929 - através  do qual  acompanhamos não só  a  ascensão do personagem  Onofre Bouvila,  que sai da miséria para se tornar  no "homem mais rico da Espanha", mas da própria cidade  que vai pouco a pouco assumindo as características da atual metrópole. 


"......além  de indiscutível ponto de referência na literatura espanhola, o autor  Eduardo Mendoza, mesmo a contragosto, é leitura obrigatória em programas escolares. Seus romances El misterio de la cripta embrujada (1979) e El laberinto de las aceitunas (1982), embora não alcancem a transcendência de La verdad sobre el caso Savolta e La ciudad de los prodigios, são igualmente renovadores na forma, embora, a exemplo de ambos, resgatem a tradição picaresca e até uma esquecida fórmula cervantina – a de utilizar como paródia uma linguagem anterior à de sua época."*
(*  O mundo picaresco de Eduardo Mendoza  de autoria de Adelto Gonçalves )

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