janeiro 12, 2010

Eric Rohmer

Morreu ontem em Paris, aos 89 anos, o cineasta francês Eric Rohmer, um dos maiores nomes do cinema e figura central do movimento que ficou conhecido como nouvelle vague, ao lado de Godard, Chabrol e Truffaut.
Sua obra que, segundo o Le Monde, seria uma "concepção muito francesa da arte", se divide em três fases: os "contos morais", "provérbios e comédias" e "contos das quatro estações".
Ama-se ou odeia-se os filmes de Rohmer. O meu é um gosto adquirido. Aprendi a apreciar o seu estilo intimista, suas histórias sobre desencontros amorosos, com um professor de frances com quem estudei vários anos, que era seu fã e me apresentou grande parte de sua filmografia.
Há quem considere o cinema frances 'palavroso'. Rohmer bate todos os recordes. Seus personagens falam, falam, falam e então falam mais um pouco, em longos diálogos sobre a natureza do amor, política, filosofia, o catolicismo e a reencarnação ou a diferença entre coincidência e destino. As palavras são os seus 'efeitos especiais'. Nos seus enredos, observa-se que as pessoas estão sempre de férias ou a passeio, e se aparecem no trabalho é porque já estão de saída para o almoço ou um café. Outro traço de Rohmer é estar sempre menos interessado no que os personagens fazem e mais no que estão pensando, no que estão falando, enquanto, minutos depois, fazem exatamente o oposto do que disseram.
"Clássico e romântico, inteligente e iconoclasta, leve e sério, sentimental e moralista, ele criou o "estilo Rohmer", que sobreviverá a ele" ( Sarkozy, em nota oficial).



Link para o Le Figaro - "O esteta do sentimento" - foto e vídeos - no título.

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