dezembro 21, 2009

CORA CORALINA

Era julho de 1979, quando Carlos Drummond de Andrade em carta endereçada a uma poeta, até então, pouco conhecida, escreveu:
"Não tendo seu endereço, lanço essas palavras ao vento, na esperança que ele as deposite em suas mãos (...) Seu livro é um encanto, seu lirismo tem a força e a delicadeza das coisas naturais.".
A poeta, então com quase noventa anos, nascera Ana Lins dos Guimarães Peixoto e a essa altura era conhecida como Cora Coralina.
Cora fugiu de casa por amor, deixando sua cidade natal aos 21 anos, onde tinha estudado só até a 3ª série. Embora escrevesse desde menina, só publicou seu primeiro livro pouco antes de completar 76 anos, depois de ter ficado viúva. Antes de encantar o público e a crítica com sua prosa e seus poemas, criou quatro filhos e trabalhou muito enquanto poetou. Morou por 45 anos no interior e na capital de São Paulo, onde vendeu livros, teve uma loja de armarinhos e uma chácara de flores. Ao voltar para Goiás, passou a fazer doces, sendo os cristalizados sua especialidade.
Conhecedores da doçura de seus versos, os leitores de Cora Coralina sempre se perguntaram como teriam sido os doces feitos por ela. Esta curiosidade foi satisfeita. Em comemoração aos seus 120 anos de nascimento, foi lançado Cora Coralina: Doceira e Poeta. As receitas, escolhidas a dedo em seus cadernos amarelecidos pelo tempo, tem uma relação com os costumes goianos, em especial com a cidade de Villa Boa de Goyaz, sua terra natal. A obra reune poemas, fotos e ilustrações, além de detalhes da vida da escritora.
Veja mais de sua vida e de seus poemas, clicando no título.

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