outubro 12, 2009

parafraseando Renée

Não por falta de assunto ou preguiça de escrever, mas é que achei interessante este e-mail que acabo de receber e resolvi trazê-lo para cá.

"Zélia

Ontem comecei a ler A elegância do ouriço: me encontrei e me encantei com a / na Renée. Claro que tendo nascido no Brasil, da junção dos gametas da Dona Mundinha e do seu Boanerges, que deram um jeito de criar 12 filhos sem emprego, vivendo de bicos e expedientes eu não poderia ter a bílis da Renée, que é muito francesa.

Para cumprir minha saga biológica foi preciso muito jogo de cintura, no item adaptabilidade tirei dez tirei dez, me tornei capaz de agüentar campo de concentração judeu e ainda sair gorda e corada.

O diabo é que às vezes temos momentos de lucidez e aí o bicho pega, de repente a consciência da nossa insignificância, da finitude, da inutilidade: nesses momentos, é preciso fugir, desesperadamente, do nosso destino biológico, nessas horas, filosofar é preciso - já te disse uma vez, filosofa-se para salvar a pele e a alma. Ou então se entregar. Mas, a quê? Tivesse vinte anos poderia dizer aos apetites do corpo, mas, quem tem apetites aos 56 anos?

Então, toma-se um vinho e filosofa-se, assiste-se um filme do Bergman, porque ainda não se conhece o Ozu e contempla-se a eternidade no “próprio movimento da vida”.

Adorei a indicação do livro."

LT

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