outubro 12, 2009

Coleções

Que me lembre, nunca tive coleção de nada. Naquele tempo, os meninos colecionavam flâmulas. Acho que eram de times de futebol.Tinham a forma de um triângulo pontudo.Não se usava pregar na parede dos quartos. Isto de cada um ter o seu quarto, o seu espaço, não existia na maioria das nossas casas.
Alguns colecionavam embalagens de 'carteiras' de cigarros (acho que importados) outros, chaveiros. Houve um tempo, depois que passou da moda o álbum do Marcelino Pão e Vinho, que as meninas colecionaram uns bonequinhos da Disney, trocados no distribuidor por tampas de coca-cola. Beber coca-cola era uma raridade. Os bonequinhos eram feitos de ' matéria plástica' branca. A gente inventava de pintá-los com as cores que eles tinham na revista em quadrinhos, mas nunca ficava muito bom. Depois eles começaram a vir coloridos, numa só cor. Alguns eram considerados 'fáceis'. A gente tentava trocar os repetidos...
No meu colégio de meninas católicas, algumas colecionavam 'santinhos'. Em geral, eram lembranças da primeira comunhão de amigas ou primas . Havia uns calendários com uns pequenos e coloridos que elas recortavam para 'enfeitar' os cadernos. Nunca gostei. No máximo, colava as florzinhas da embalagem do sabonete lux que vinham abaixo da foto das 'estrelas' de cinema ('nove entre dez usavam lux'). Do que eu gostava mesmo era de fazer "albúm de artista". Minhas tias eram professoras e usavam um 'diário de classe' onde registravam as matérias das aulas, a frequência dos alunos, notas etc. Não sei como, nem porque, quando terminava o ano letivo, estes livros não eram devolvidos à escola e ficavam nas gavetas na casa de minha avó. A gente fazia cola com goma (levando a colher direto ao fogo) e pregava as fotos que recortávamos das revistas. Ainda hoje dou por mim fazendo "álbum de artista" aqui no notebook. Resolvi acabar com ele, trazendo para cá.

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