
No título, acesso para o audio:O som e a fúria de Glenn Gould e no link http://www.digestivocultural.com/ensaios/ensaio.asp?codigo=28
Glenn Gould: caso de amor com o microfone .
"...De certo ângulo, Gould representou para o século XX o avesso de Strauss, e o fez de propósito, como que a escrever sua trajetória pelo caminho inverso do mestre alemão. Enquanto este era o retrógrado e teimoso mantenedor das tradições da prática musical novecentista, o canadense quebrou com ela em dois pontos. Alterou o modo de interpretar a música do passado e renunciou a um de seus dogmas mais caros: o recital ao vivo. Gould considerava as apresentações em carne e osso uma "arena sangrenta" indigna da arte dos sons e a trocou por aquilo que chamou de "caso de amor com o microfone". Em 1964, no ápice da fama, nosso anti-Strauss decidiu abandonar palcos para se exilar no estúdio de gravação e criar, assim, música segundo padrões tecnológicos que deveriam elevar o som gravado a níveis de excelência nunca antes alcançados. "Achei o palco uma experiência aterradora e essencialmente antimusical", disse, num documentário. "Desistir de concertos foi apenas uma forma de me livrar de uma experiência intensamente desagradável."
No entanto, o paraíso técnico resultou em distopia..."

Uma maravilha!!!
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