julho 23, 2009

Centenário

Estive no Theatro Municipal num fim de semana em que se comemorava os seus noventa e alguns anos. Para o evento, o Theatro estava aberto ao público (sem bilheteria) durante todo o dia e os mais diversos tipos de espetáculos se sucediam, a cada duas ou tres horas. Por iniciativa e interesse próprio, jamais ficaria na fila que se formava em torno do teatro, mas estava acompanhada de amigos e um deles fazia questão de entrar para conhecê-lo. Enquanto se esperava, aconteceu de tudo. Não era diferente das filas para compra de ingresso para o sambódromo, jogo no maracanã ou matrículas nas escolas públicas que a TV mostra...enfim, estávamos no Rio de Janeiro. Observando aquela gente, passei a temer pelo teatro: uma vez lá dentro, como se comportariam? Depois de mais de uma hora de espera, entramos calmamente sem atropelos. Acomodados, fez-se o mais absoluto silêncio e o ballet Romeu e Julieta (com Ana Botafogo) parecia estar sendo apresentado para a mais educada das platéias. Não sei de qual espetáculo gostei mais: do ballet ou do comportamento dos cariocas. No Rio existem umas "ilhas" onde se revelam vestígios de uma civilização ainda não " dominada". O metrô é uma delas. Nunca vi mais limpo, em lugar nenhum do mundo. Devem existir outras que não conheço, pois pelas razões comuns à maioria, evito a cidade.

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro fez cem anos

e, mesmo fechado para reformas, comemorou o seu centenário em grande estilo, com um concerto que trouxe as duas das vozes mais incensadas das últimas décadas: o tenor argentino Marcelo Álvarez ( em cena na ária Pourquoi me reveiller, do ato III da ópera Werther, de Jules Massenet. Montagem de 2005 da Ópera de Viena, regida por Armin Jordan. Como Charlotte, mezzo-soprano Elina Garanca)
e a soprano coreana Sumi Jo
em bela interpretação da ária Je veux vivre, da ópera Roméo et Juliette, de Charles Gounod. Concerto realizado em Seul, 2003, com a Janacek Philharmonic Orchestra regida por Paolo Olmi.
O repertório do concerto, dirigido pelo maestro Roberto Minczuk à frente do Coro e da Orquestra Sinfônica do Theatro, foi integralmente francês e brasileiro. Sumi Jo e Marcelo Álvarez interpretaram as árias e duetos de óperas de Gounod (a florida Je veux vivre, para soprano, da ópera Roméo et Juliette), Massenet (a apaixonada ária para tenor Pourquoi me réveiller, da ópera Werther), Bizet (Carmen) e Carlos Gomes (Lo Schiavo e Il Guarany). Orquestra e Coro executaram Francisco Mignone, Bizet, Ravel e os hinos nacionais brasileiro e francês (La Marseillaise na versão orquestral de Hector Berlioz). O Balé do Theatro e seus principais bailarinos participam de coreografias de Dalal Achcar para a Floresta Amazônica, de Villa-Lobos, e para a Fête Polonaise, de Chabrier.
O link da obra de Eliseu Visconti vc acessa clicando no título.

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