julho 04, 2009

Longa vida

Se por um lado existem modernidades que adoto imediatamente e chego a pensar em como pude viver sem elas, sou muito resistente a certas outras ....
Foi da Austrália que veio esta invenção : em vez de garrafa de vidro e rolha, o vinho sai direto da caixa. A vantagem seria que, para beber, basta abrir a torneirinha que o vinho sai sem que o ar entre(só falta ter ao lado um canudo de copo de plástico!) e assim “o vinho pode durar cerca de um mês fora da geladeira, sem perder suas características aromáticas.... “ A embalagem seria boa para vinhos jovens, de consumo imediato, que não ganham nada com o envelhecimento. Como dizem os franceses, para os que vão morrer de sua própria morte num tempo breve.
Acho uma bobagem esta aura criada, ultimamente, em torno do consumo de vinho. Beber vinho e comer pão a humanidade faz há séculos, mas é que não se pode deixar de valorizar certos rituais. No caso do vinho, não dá para dispensar o momento da abertura da garrafa, o inconfundível som da rolha ao ser sacada, o seu cheiro, o “dar um tempo” para o vinho “oxigenar”, sentir o bouquet...Estes pequenos gestos fazem parte do prazer de compartilhar uma garrafa. Melhor ainda se acompanhado de um bom repas (ou até de um dicumê). Não venha me dizer que é frescura cheirar rolha...rsrsrs. Mas só vou até aí, não fico lambendo borda de taça comentando sobre o "aveludado" do vinho...É que tomar um bom vinho bem acompanhado(a) - o vinho e eu - é um daqueles momentos de prazer que não valem pelo que “duram”. Não importa se dentro ou fora da geladeira.
Embalagem “longa-vida” fica melhor mesmo para leite.

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