Se além das imagens da cidade houver interesse pelos Mosaicos da Basílica de São Marcos é só clicar no título da postagem: imagens, história e muito mais... Observar que é um arquivo "somente para leitura". A música de fundo é Vivaldi.Aproveite!
Situada na região do Vêneto, no nordeste da Itália, banhada pelo mar Adriático, Veneza é uma daquelas cidades para se visitar pelo menos uma vez na vida. Dizem que um dia ela desaparecerá sob as águas, por ser formada por 100 pequenas ilhas e 150 canais. A cidade flutuante, além de sua singularidade, esbanja charme pelas estreitas ruelas que passam por entre palácios suntuosos e igrejas magníficas.
Fundada em 25 de abril de 421 d.C - dia de São Marco, padroeiro da cidade, Veneza nasceu como uma cidade-estado e em 697 passou a ser uma república comandada por Doges. Foi uma das maiores potências marítimas da Idade Média e um importante centro de intercâmbio comercial e cultural com o Oriente.
A Piazza San Marco resume tudo o que você leu, viu e ouviu sobre Veneza. Sempre lotada de turistas, artistas de rua e pombos, é enfeitada por monumentos. Nela se encontram, além da Basílica do mesmo nome (de estilo romântico bizantino, uma das mais exóticas catedrais da Europa, exibe uma surpreendente coleção de mosaicos, como "A Chegada do Corpo de San Marco", na fachada), o Campanile (a vista do alto é deslumbrante), a Torre do Relógio, o Museu Correr entre outras atrações.
A Torre do Relógio, construída no final do século 15, exibe as fases da lua e os signos do zodíaco, representados em azul e dourado no grande relógio. Diz a lenda que depois que os inventores do relógio terminaram a obra tiveram seus olhos arrancados para que não pudessem repetir tal projeto. No alto está a figura do leão alado de San Marco, símbolo da cidade de Veneza. (À vista dele, minha filha , infantilmente, falou : Mãe! “o leão de Santa Felicidade”!, o bairro de Curitiba onde existe uma réplica).
Dizem que ir à Veneza e não dar um passeio de gôndola seria um pecado (tenho mais este na minha coleção). Há a opção do passeio de "traghetto" (espécie de gôndola coletiva) pelo Grande Canal, oportunidade para apreciar uma sucessão de fachadas de palácios, alguns deles do século 13. Ao entardecer, o sol colore as fachadas dos palácios ao longo do canal e realça os reflexos na água. Deslumbrante!
E que tal conhecer o Caffè Florian e o Quadri? Vale a visita nem que seja para apreciar as mais ricas máscaras do luxuoso Carnaval da cidade. Nos arredores, o Palácio Ducale reina imponente como residência dos governantes no século 9. O Mercado de Rialto, uma verdadeira exibição de produtos frescos regionais, anima o cais desde a Idade Média.
No mundo das artes, há a Escola Grande de San Rocco, com uma das mais importantes coleções de Tintoretto, a Galeria da Accademia, acervo de pinturas venezianas e a Colezzione Peggy Guggenheim, principal museu do país para arte européia e americana do século 20.
No fim do dia, cai bem um drinque no lendário Harry's Bar, (freqüentado no passado por Hemingway), onde foram inventados o drinque bellini (vinho espumante com sumo de pêssego) e o carpaccio, ainda hoje servido com o molho original: maionese, caldo de carne e mostarda.
A história do carpaccio é um capítulo à parte:
Giuseppe Cipriani,fundador do restaurante, serviu carpaccio pela primeira vez a uma condessa que, por problemas de saúde, não podia comer grelhados, frituras ou cozidos. Cortou um pedaço de carne em fatias bem finas e acrescentou o molho que utilizava para o preparo da carne normal. A condessa gostou tanto que perguntou o nome do prato para que pudesse pedi-lo todos os dias. Cipriani deu este nome ao prato em homenagem a Vittore Carpaccio, pintor do século 15 que usava muito vermelho em suas obras.
A sempre romântica Veneza povoa o imaginário de muitos e tem servido de cenário para dezenas de livros e filmes. Estou voltando a ela (neste post), inspirada em leitura recente de um, cuja trama policial nela se desenvolve.
Prometi (a mim mesma) que não ia dizer que a cidade é úmida demais, às vezes cheira mal, nem que pode ser cheia de surpresas.
Algumas deliciosas! outras nem tanto...
Um comentário:
Acho-a única, não dá para comparar com nenhuma outra cidade que se conheça. Algumas pessoas adoram contar as pontes que existem p.ex. em Amsterdã e em Hamburgo, para comparar com Veneza, mas, apesar de também belas, estas duas nunca terão o charme [casanoviano] da misteriosa cidade das gôndolas, dos vidraceiros, dos canais ... E o que é que adianta algumas cidades "cheirarem bem", se são estéreis, sem alma, sem história aparente? E neste quesito Veneza supera muitas... Beijos, Zelita!
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