

No Museu de Arte Contemporânea de Fortaleza se encontram expostas 81 obras do MADI (movimento, abstração,dimensão, invenção), que teve início na América Latina nos anos 1940 e conta com a participação de artistas de todo o mundo: Alemanha, França, Itália, Espanha, Estados Unidos, Japão e Hungria. Em 1944, Carmelo Arden Quin editou, na Argentina, a revista Arturo, que formalizou o seu surgimento. O grupo diz ter recebido influências de Kandinsky, Mondrian, Klee, Malevich, Cézanne e Bauhaus, entre outros.No Brasil, o único museu que dispõe de obras desse movimento é o Museu Madi de Sobral. Recortes de madeira se encaixam em curvas e ângulos, pedaços de latão e acrílico se dispõem em variadas direções. Peças suspensas ou sobrepostas, com cores vibrantes ou neutras. As obras despertam para uma atitude participante, não apenas contemplativa, apresentando uma estética em que criação e geometria coincidem. Uma experiência geométrica que se expressa em cores, espaços, formas, linhas, pontos ordenados, sugerindo um novo potencial visual, espacial e auditivo. Dá vontade de ter uma na parede de nossa sala!
Segundo José Guedes, diretor do Museu Madi de Sobral e curador da exposição Madi em Fortaleza : "Eles foram inovadores em várias questões do século XX. A primeira é a mudança na arte, a quebra da janela renascentista. O quadro era regular e eles transformaram a obra em formatos irregulares. Isso já era um avanço, a própria moldura era questionada, o desenho incorporava a moldura, que passava a ser parte integrante na obra, que passou a ser mais interativa".
O José Guedes foi meu aluno no início da década de 80. Certa vez me confessou que estudava Direito por ser o sonho de sua mãe vê-lo formado, mas que ele iria ser artista plástico. Conseguiu o seu objetivo.
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