agosto 26, 2008

ADRIANO

A abertura de uma megaexposição pelo British Museum há um mês, um documentário da BBC e a adaptação para o cinema do romance de Marguerite Yourcenar ("Memórias de Adriano") jogam o controverso imperador romano do século 2 no centro das releituras históricas e culturais da temporada.
Publicado em 1951, "Memórias de Adriano" foi um sucesso de vendas mundial e transformou Marguerite Yourcenar (1903-1987) na primeira mulher eleita para a Academia Francesa de Letras, em 1980 (qdo o li pela primeira vez).
A Autora se coloca na pele do imperador e o livro toma a forma de uma carta escrita por Adriano, já no fim da vida, ao seu sucessor, Marco Aurélio.
"É difícil permanecer imperador na presença do médico e mais difícil permanecer homem. [...] Esta manhã, pela primeira vez, ocorreu-me a idéia de que meu corpo, este fiel companheiro, este amigo mais seguro e mais conhecido do que minha própria alma, não é senão um monstro sorrateiro que acabará por devorar seu próprio dono", escreveu, numa das primeiras páginas.
Para o curador Thorsten Opper, "o Adriano de Yourcenar reflete o líder que a Europa precisava no pós-Segunda Guerra. Um homem culto, pacifista, exercendo o poder de maneira esclarecida e sem esconder seus sentimentos".
Um artigo do "Sunday Times" comenta a transformação de Adriano em símbolo gay contemporâneo, graças à relação declarada e expansiva com o jovem grego Antínoo -grande paixão do imperador, a quem dedicou templos e uma cidade perto do local de sua morte.
O filme do britânico John Boorman, esperado para 2010, tem Antonio Banderas previsto para o papel do imperador e filmagens na Itália, na Espanha e no Marrocos.

Um comentário:

Anônimo disse...

....esperando q o filme consiga reproduzir a beleza q é o texto de Yourcenar.
De qq forma, so olhar p a cara linda do Banderas ja é um conforto!
Ah, esses latinos!
Bia