julho 14, 2008

SAPHO

Suposto retrato - pintura proveniente de Pompéia.© Collection Roger-Viollet

Safo, a maior poetisa lírica da Antigüidade, nasceu na ilha grega de Lesbos, por volta do ano de 612 a.C.
Compôs o "Adeus a Átis", considerada até hoje como um dos mais perfeitos versos líricos de todos os tempos.
Segundo a lenda recolhida por Ovídio: na idade madura, Safo teria voltado a amar os homens e se apaixonado por um marinheiro que não lhe correspondeu.Suicidou-se pulando de um rochedo de Leuca. Na outra versão, Safo serenamente resignada com a sua sorte - recusa um pedido de casamento: "Se meu peito ainda pudesse dar leite e meu ventre frutificasse, iria sem temor para um novo tálamo. Mas o tempo já gravou demasiadas rugas sobre minha pele e o amor já não me alcança mais com o açoite de suas deliciosas penas."
A moralidade e a hipocrisia condenam Sapho há 26 séculos. No século XI, teve a sua maior condenação: toda a sua obra (9 vols.) foi queimada pela Igreja...
No final do século XIX, arqueólogos ingleses descobriram sarcófagos envoltos em tiras de pergaminho, numa das quais eram legíveis uns 600 versos de Safo. Isso é tudo o que restou dela.
Pouco, mas o bastante para confirmar o veredicto dos antigos de que Safo foi a maior poetisa lírica da Antigüidade, a “divina hetaira”!!


LESBOS
Deu no DER SPIEGEL de hoje:
Dimitri Lambrou é um orgulhoso lésbico, segundo o qual as "lésbicas" de todo o mundo deveriam deixar de usar o nome de sua ilha natal como marca de sua orientação sexual. O processo que ele apresentou em um tribunal de Atenas o tornou famoso, não só na Grécia. Ele é editor-chefe da revista mensal grega O Davlos ("A Tocha").Sua tese, de forma resumida, é esta: a cristianização da Europa não foi o começo, mas sim o fim da grandeza da Europa. A Grécia antiga teria representado o ponto mais elevado da civilização européia.
Lambrou entrou com uma petição para uma interdição judicial temporária em um tribunal de Atenas. Ele queria impedir que a OLKE, a associação grega de gays e lésbicas continuasse a usar a palavra "lésbica". O próprio Lambrou nasceu na ilha de Lesbos, terra natal da poeta Safo, musa clássica de todas as mulheres que amam mulheres. Acontece que Lambrou adora sua Lesbos natal. A OLKE, segundo ele, roubou a palavra "lésbica". As mulheres de Lesbos são constantemente confundidas com mulheres lésbicas, diz Lambrou, para quem lésbica de verdade só pode existir em Lesbos. Afirma que não é anti-homossexuais e não faz qualquer objeção ao casamento entre mulheres. Mas as palavras, ele diz, e os fatos históricos, precisam ser corrigidos. Ele diz que é ridículo alegar que Safo amava mulheres, por exemplo. Todo mundo - segundo Lambrou - sabe que a poetisa, casada e mãe de uma filha, suicidou-se por causa do amor por um homem.
E como deveriam se chamar as lésbicas, se não puderem mais referir-se a si mesmas como lésbicas? Lambrou sugere o termo "tribades". O verbo "trivo" significa "roçar" em grego. "Aquelas que se roçam", diz ele, "que tal?".

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom, muito bom!
Lala