julho 01, 2008

O Escafandro e a Borboleta


Le Scaphandre et le Papillon, França, 2007)
Jean-Dominique Bauby tem 43 anos, é editor da revista Elle. Sofre um acidente cerebral e, ao sair dele, todas as suas funções motoras estão deterioradas: não podia mexer-se, comer, falar e nem mesmo respirar sem ajuda de aparelhos. Em seu corpo inerte, só um olho se mexia. Esse olho – o esquerdo – é o vínculo que ele tem com o mundo, com os outros, com a vida.Contando com o que nele não se paralisou: sua imaginação e sua memória, cria um mundo próprio e, assim consegue escrever e publicar um livro autobiográfico com uma mensagem de esperança poderosa.
«O Escafandro e a Borboleta» foi apresentado no Festival de Cannes de 2007.
É fácil definir o filme como uma nova versão de MAR ADENTRO - mas não verdadeiro. No filme de Amenábar, o personagem luta pelo direito à morte, que vê como uma maneira de afirmar a vida. A luta de Bauby é por outra coisa. O extremo isolamento lhe dá uma outra percepção da vida. A família, o amor, tudo o que ele está perdendo passa a ocupar o primeiro plano. Sua luta, no limite, é pela linguagem, para se comunicar.
Bauby escreve, ou melhor, consegue ditar um livro, mas, até chegar lá, ele vive a metáfora do título. O escafandro, pesado, o puxa para o fundo do mar. Mas sua imaginação é uma borboleta querendo voar. O ESCAFANDRO E A BORBOLETA é o melhor filme de Schnabel - melhor que ANTES DO ANOITECER.

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