"Junho é o mês do orgulho gay e, assim como a data pede, muitos atores e atrizes ativistas levantam a bandeira homossexual em busca de direitos iguais a esses grupos. No último dia 9, personalidades como T.R. Knight, Ellen Degeneres, Portia de Rossi e Neil Patrick Harris, entre outras figuras assumidas da cena hollywoodiana, comemoraram a permissão do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Califórnia. Se esta condição hoje recebe um tratamento mais natural, é seguro que nem sempre foi assim.
Desde seu início, a indústria cinematográfica esconde escândalos. Isso já foi retratado em diversas teses apresentadas nos últimos anos, especialmente no polêmico livro Bastidores de Hollywood, do jornalista americano William J. Mann, que fez um estudo completo da cena artística norte-americana entre os anos de 1910 e 1969.
Mann tira do armário atores como Gary Cooper, Cary Grant, Marlene Dietrich, Burt Lancaster e Greta Garbo, entre outros. Enquanto estavam vivos, a sexualidade de tais artistas era apenas questionada fora dos estúdios. No entanto, depois que a maioria deles morreu, alguns dos mistérios foram divulgados amplamente.
Um dos casos mais curiosos sobre homossexualidade que assolou a indústria hollywoodiana foi o do ator Gary Cooper, um verdadeiro exemplo do homem 'másculo' nos cinemas.
Em 1961, dias após sua morte, foi divulgado que, nos anos 20, Cooper teve seu nome ligado a outro conhecido de Hollywood, Anderson Lawler, com quem trocava cartas de amor. Essa informação só foi descoberta com estudos como o de Mann e por declarações de pessoas que conviveram com o astro.
Na década de 30, Cary Grant foi proibido de aparecer diante da imprensa sem uma companhia feminina, não importando quem fosse. Posteriormente, foi forçado a se separar do ator Randolph Scott, com quem morava, e se casou por obrigação de seus agentes com Virginia Cherrill. Ele chegou a tentar suicídio.
Nesta época, um resquício de boato questionando a sexualidade de determinada personalidade já significava assinar o óbito da carreira. Nada podia levantar a fama 'destruída' desta forma.
Muitas vezes, os estúdios assinavam cheques de valores altíssimos para manter o segredo distante dos grandes jornais. Quando o assunto era evidente, repórteres usavam códigos como 'solteirão convicto' e abusavam da ironia para desmitificar seus entrevistados.
Foi assim que Marlene Dietrich, Rock Hudson, Burt Lancaster e Alla Nazimova, entre outros, preservaram sua imagem por toda a vida. A cada ameaça de um novo escândalo, o dinheiro ajudava a mantê-los no armário.
A sexualidade de outra lenda do cinema, James Dean, nunca foi abertamente divulgada. Segundo o diretor Jonathan Gilmore, o astro era um 'multissexual', que não se preocupava com quem mantinha relações. Os estúdios até que tentaram conter este lado rebelde, mas pouco antes de morrer, em 1955, Dean se envolveu em diversas polêmicas.
Passada a época de crise, alguns astros da geração atual conseguiram falar abertamente no assunto, porém alguns ainda sofreram as conseqüências da ousadia. Na década de 80, Dick Sargent - mais conhecido por seu papel como Darrin Stephens em A Feiticeira - contou que era homossexual em uma campanha, o suficiente para que ele não ganhasse mais papéis de destaque.
De astro aclamado, Billy Zane foi responsabilizado pelo fracasso de bilheterias do filme O Fantasma, na década de 90. Na ação de marketing para divulgar o longa-metragem, deixou escapar em uma entrevista que era homossexual. Depois do escândalo, nunca mais tocou no assunto e até ficou noivo da atriz Kelly Brooks em 2002, embora assuma a imagem de 'ícone gay'.
Ainda segundo Mann, até hoje a indústria de Hollywood esconde seus segredos a sete chaves. Esses mesmos segredos só deverão vir à tona em anos, quando muitos dos astros atuais já estarão esquecidos pela grande mídia."
Do site www.terra.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário