maio 30, 2008

O Animal Agonizante

Acabo de ler O ANIMAL AGONIZANTE que na na tradução portuguesa a que tive acesso chama-se Animal Moribundo.
Philip Roth escreve na primeira pessoa esta séria reflexão sobre as liberdades pessoais, a partir dos anos sessenta, a velhice e a morte, tendo como pano de fundo a história de um professor de mais de sessenta anos que se apaixona por uma jovem aluna de seios notavelmente grandes e bonitos.
Para ele o sexo era como uma religião: “...porque apenas quando fodes, tudo o que não gostas na vida e tudo pelo qual és derrotado na vida é puramente, senão momentaneamente, vingado. Apenas então estarás o mais limpidamente vivo e serás o mais limpidamente tu próprio. Não é o sexo que é a corrupção — é o resto. Sexo não é apenas fricção e divertimento superficial. Sexo é também a vingança sobre a morte.”
Uma de suas reflexões:
“Há que fazer uma distinção entre morrer e a morte. Nem tudo é morrer ininterruptamente. Se somos saudáveis e nos sentimos bem, vamos morrendo invisivelmente . O fim, que é uma certeza, não tem de ser anunciado. Não, não podemos compreender. A única coisa que compreendemos acerca dos velhos quando não somos velhos é que foram marcados pelo seu tempo. Mas compreender apenas isso imobiliza-os no seu tempo , o que equivale a não compreender nada. Para aqueles que ainda não são velhos ser velho significa que já fomos. Mas ser velho também significa que apesar de, além de e para lá de nosso estado de ser, ainda somos.
O nosso estado de ser está muito vivo.Ainda somos e sentimo-nos tão atormentados pelo ainda-ser e pela sua plenitude, como pelo já- ter-sido e pela sua qualidade de passado.
. Pensem na velhice do seguinte modo: o fato de a nossa vida estar em risco é apenas um fato cotidiano. Não podemos esquivar-nos ao conhecimento daquilo que em breve nos espera. O silêncio que nos envolverá para sempre. Tirando isso, é tudo a mesma coisa. Tirando isso, somos imortais enquanto vivermos.”


The Dying Animal foi adaptado para o cinema - O filme chama-se ELEGY e foi dirigido por Isabel Coixet - postei comentário e trailer em 22.04.2008 (marcador : cinema). Não vi o filme, mas no Brasl o destaque tem sido dado à nudez da Penelope Cruz. Seria só isto?

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