fevereiro 05, 2008


O campo magnético da afetividade

Amores experimentados ( ou observados) podem nos fazer supor que estamos imunes às ilusões e devaneios românticos e nos levar ao "....então tá combinado é tudo somente sexo e amizade" , do Caetano Veloso.
A fórmula parece perfeita, nestes tempos de relacionamentos casuais, do " ficar", em que o envolvimento está descartado. Porém, este descomprometimento do "sermos dois e sermos muitos", tão comum e atual, não é indolor.
A afetividade exposta ao jogo da "brincadeira e verdade", "sem enganos nem mistérios" , resiste menos do que "o equilibrista em cima do muro".
A afetividade, como a água, assume muitas formas: a que despenca de uma cachoeira, não é a mesma do remanso do lago, nem a do vai e vem das ondas....Mas é uma só.
Emoções se cruzam com sentimentos, desejos, paixões, aspirações, ilusões e, juntas, compõem um pacote a ser aberto com muita parcimônia e delicadeza. Afinal ele contém "o que há de mais humano em nós". Ainda que, eventualmente, não seja esplendoroso.
Nesta era do desamor, cada vez mais sabemos menos sobre a afetividade. No entanto nela é que fundamentamos boa parte de nossos projetos pessoais.
Segundo a ética da pós-modernidade parece um valor antiquado. Mas num "claro futuro" esta moda também passará e, antes do que pensamos, voltaremos ao tempo em que " toda razão toda palavra vale nada, quando chega o amor".
Este sim, um marco básico da aventura de viver.

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