dezembro 07, 2013

Azul é a Cor Mais Quente



Referendado pela Palma de Ouro do Festival de Cannes, o filme é vagamente inspirado no romance Le Bleu Est une Couleur Chaude, de Julie Maroh . Abdellatif Kechiche batizou o longa de La Vie d’Adèle – a tradução literal do livro só foi adotada pelos seus distribuidores em alguns países, o Brasil entre eles.
Azul É a Cor Mais Quente é um estudo de três horas de duração sobre o primeiro amor lésbico, minuciosamente detalhista e voluptuosamente erótico. 
Nada na narrativa do filme cronológico nem na ascensão e queda de seu romance central é particularmente novo ou ousado. Ainda assim, é incomum vermos a perspectiva libertária sobre o desejo jovem em sua maturidade emocional. Nossa heroína, Adèle (Adèle Exarchopoulos), começa o filme como uma colegial precoce e termina como uma mulher madura, mas com muito a aprender sobre si mesma. 
Diferentemente de tantos outros filmes sobre relações homossexuais, que focam em sair do armário como a experiência gay definitiva, Azul É a Cor Mais Quente passa por essa etapa da vida de Adèle em um ousado salto do tempo, encontrando um drama mais profundo nos desafios que se desenvolvem por ela manter sua sexualidade indefinida.
Adèle tem 15 anos quando percebe que há algo errado em seus namoros. 
O colega de classe Thomas, menino dos sonhos, está em cima dela, mas ela não consegue esquecer um encontro passageiro com Emma, uma estudante de Belas Artes de cabelos azuis. 
O reencontro entre elas se dá na primeira e tímida ida de Adèle a um bar de lésbicas. O amor entre elas desabrocha rapidamente – levando a uma das cenas de sexo lésbico mais sensuais da história do cinema. Mas, ao contrário de Emma, mais velha e cosmopolita, Adèle mantém sua identidade sexual cuidadosamente resguardada.
O filme salta alguns anos mostrando que elas moram juntas, em uma frágil felicidade doméstica.
"A partir dessa história simples e sem nada de especial, Kechiche criou um épico intimista em todos os sentidos, com sutil reviravolta emocional representada na tela pelo rosto expressivo de Exarchopoulos. Com apenas 19 anos, a atriz representa sem nenhum esforço o crescimento de Adèle, de menina a jovem mulher. Enquanto isso, como é de praxe nos filmes do diretor, sua jornada individual tem lugar em uma rede movimentada de amigos, de familiares e de comida. Ele continua sendo um cineasta sociável, o que torna a ternura arrepiante do novo filme ainda mais notável".
(Guy Lodge)
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