março 29, 2013

No meu peito não cabem pássaros


Sinopse:
"Que linhas unem um imigrante que lava vidros num dos primeiros arranha-céus de nova iorque a um rapaz misantropo que chega a lisboa num navio e a uma criança que inventa coisas que depois acontecem? Muitas. Entre elas, as linhas que atravessam os livros. Em 1910, a passagem de dois cometas pela Terra semeou uma onda de pânico. Em todo o mundo, pessoas enlouqueceram, suicidaram-se, crucificaram-se, ou simplesmente aguardaram, caladas e vencidas, aquilo que acreditavam ser o fim do mundo. 
Nos dias em que o céu pegou fogo, estavam vivos os protagonistas deste romance - três homens demasiado sensíveis e inteligentes para poderem viver uma vida normal, com mais dentro de si do que podiam carregar. 
Apesar de separados por milhares de quilómetros, as suas vidas revelam curiosas afinidades e estão marcadas, de forma decisiva, pelo ambiente em que cresceram e pelos lugares, nem sempre reais, onde se fizeram homens. Mas, enquanto os seus contemporâneos se deixaram atravessar pela visão trágica dos cometas, estes foram tocados pelo génio e condenados, por isso, a transformar o mundo. Cem anos depois, ainda não esquecemos nenhum deles. 
Escrito numa linguagem bela e poderosa, que é a melhor homenagem que se pode fazer à literatura, No Meu Peito não Cabem Pássaros é um romance de estreia invulgar e fulgurante sobre as circunstâncias, quase sempre dramáticas, que influenciam o nascimento de um autor e a construção das suas personagens."
Aqui trechos e abaixo pág 175:

"O meu olhar ocupa a noite toda

tenho o céu e a terra no meu caminho

tenho o coração do tamanho de um punho

fechado no mistério de ser vento

Viveu só de viver como quem se cansa

a escrever versos que são flores

e pedras e a minha alma sozinha

Não sei estradas para longe de mim

Vejo a vida longe dos homens

longe das almas absolutamente reais

que são mais do que verso sobre verso.

Canto a estupidez de sentidos que não sei

e a natureza com um sorriso primeiro

diz o vento e outras coisas

que a vida é bela e antiga

que sou doente de ideias e de noite

Que não sou mais do que um poeta

que não serve para nada

que não sabe a prosa e ri doido na prosa.

Sou sempre eu sempre infeliz e chuva

Uma estrela penitente sem pena

Um sol vago que aparece e desaparece

Uma ilusão uma coisa a menos

Um deus a quem ninguém reza
Nota : entrevista  com o autor

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