novembro 25, 2012

Laurence Anyways


Xavier Dolan é da nova geração de cineastas-autores. Tem apenas 23  e virou xodó, inclusive em Cannes, por seus dois primeiros filmes (Amores Imaginários e Eu matei a minha mãe).
Neste Laurence Anyways, mais maduro em relação aos seus   filmes anteriores, Dolan trabalha com a leveza de um veterano. A estória de um belíssimo romance que se desenrola ao longo de uma década  na vida de um transexual.(Adorei o tijolo que ele pintou de rosa na fachada branca da casa  dela : "para espantar o tédio" e da cena da água despencando do teto da sala, quando ela leu a poesia). Laurence Alia é um professor de sucesso que vive um relacionamento feliz. Um tanto quanto juvenil, na medida que nos tempos atuais as adolescências se prolongam em demasia. Mas isto não vem ao caso.
No seu aniversário de 30 anos, Laurence  revela  à sua  namorada que deseja  mudar de sexo. Superada o choque  da  declaração que foi uma tremenda surpresa para ela, (mas não para a sua mãe),  eles enfrentam  juntos os riscos, os preconceitos da sociedade e tentam, de todas as maneiras, superar as dificuldades para conseguir viver um amor que subsistiria a todas as mudanças, inclusive a do sexo. Impossível?!O filme dura 170 minutos (sem necessidade), tem uma trilha sonora que vai de  Beethoven à  Celine Dion, e uma montagem ágil, fotografia delicada...Os personagens jovens, como sói acontecer, mantém  discussões ardorosas sobre diversos temas, falando incontrolavelmente e sem interrupção, enquanto fumam enlouquecidamente. O elenco tem a participação de Nathalie Baye  (ótima)porém o destaque foi para Suzanne Clément, premiada como melhor atriz (Un Certain Regard), em Cannes.  O figurino não é bonito. Roupas bregas, com cara de brechó, inclusive as do Laurence, que usa acessórios  estranhos, em cores  berrantes e cabelos de gosto discutível.  O interessante é que nas mãos de Almodovar as cenas melodramáticas e esta estética cafona vira kitsch. Mas em Dolan, por enquanto, não! 


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