À primeira vista, nos pareceu mais uma agitada e superpovoada cidade indiana, com a mesma confusão de trânsito em que se misturam motos, riquexós ( a pedal e motorizados), vacas e gente. Sempre muita gente, uma multidão em movimento.
Em direção ao Ganges, mais precisamente ao ghat Dasaswamedh, para assistir a cerimônia do Ganga Aarti, atravessamos parte da cidade de riquexó
prosseguindo a pé por um labirinto de ruelas estreitas e escuras. Não dava para escolher onde pisar nem evitar cruzar com vacas. Cenas inacreditáveis foram vistas ao longo deste trajeto...
Um barulho ensurdecedor e muita sujeira. Muitos usavam máscaras. Cartazes nas fachadas anunciavam de dentistas a astrólogos, numa rua de comércio variado. Numa rotunda, um policial usando máscara, sobre um pedestal gesticulava em vão, tentando pôr ordem naquele inacreditável caos .
Em razão da monção as águas haviam subido e coberto parte das escadarias. Apesar de o Ganges ser absolutamente contaminado por poluentes humanos e industriais, há os que acreditam na capacidade de regeneração de suas águas. Os indianos preferem dizer que o rio está “doente”, em vez de poluído...
Como qualquer lugar turístico, o ghat é tomado por insistentes vendedores ambulantes que oferecem de tudo, (a menina, apropriadamente, oferecia ´lamparinas´para a cerimônia), barqueiros disfarçados de peregrinos e, no ar, (além do mal cheiro), um duvidoso misticismo. Mas há quem acredite que esta experiência purifica, limpa a memória, os pecados e proporcionam paz...
Para os indianos, o Ganges é um rio especialmente purificador e “Jai Ganga Maiki”, “glória à nossa mãe Ganges”, é uma prece corrente.
Morrer ou ser cremado aqui e ter as cinzas atiradas à água é garantia de purificação definitiva. Mas isto será objeto de outra postagem...
Nenhum comentário:
Postar um comentário