agosto 28, 2012

Rainer Werner Fassbinder



Durante a sua carreira, Fassbinder fez 43 filmes (incluindo dois curta-metragens e Berlin Alexanderplatz, de 15 horas e meia) e trabalhou como ator de cinema e teatro, cinegrafista, compositor, designer de produção, editor de cinema, produtor de cinema e administrador de teatro.
Fez, em média, um filme a cada 100 dias. Sua disciplina intensa e energia criativa fenomenal ao trabalhar faziam contraste com os excessos de relacionamentos destrutivos da sua vida pessoal com as pessoas que ele atraiu: atores (incluindo Kurt Raab e Hanna Schygulla), cinegrafistas e técnicos (notavelmente Michael Ballhaus) e da mesma forma John Cassavetes.
Fassbinder era homossexual assumido. Predominam em suas obras temáticas relativas à situação de "deslocados" na sociedade alemã. A condição humana, mesmo demonstrada através do amor lésbico, é o tema fundamental em seu filme As Lágrimas Amargas de Petra von Kant ou, em seu original, Die bitteren tränen der Petra Von Kant(1971).
A solidão, o medo, o desespero, uma angústia, uma busca pela própria identidade e o amor não correspondido são assuntos recorrentes em seus filmes. As paixões íntimas como forma de retratar uma época - conseqüências da Alemanha dos anos setenta que ainda carregava marcas do pós-guerra, da democracia recebida como compensação - e dar o testemunho de suas dificuldades econômicas, políticas, morais e sexuais são os grandes temas do cinema de Fassbinder. Nele sempre haverá um lugar essencial para uma mulher, figura que servirá para propagar diversas fórmulas de emancipação feminina e para representar a nação alemã, especialmente através de três heroínas que protagonizam sua trilogia da Alemanha Ocidental: Maria Braun, interpretada por Hanna Schygulla em "O Casamento de Maria Braun" (1979), Lola, vivida por Barbara Sukowa em "Lola" (1981) e Veronika Voss, interpretada por Rosel Zech em "O Desespero de Veronika Voss"(1982).
"O incrível era que esse contraditório animava os outros com seu medo", apontou certa vez o cineasta e ator Hark Bohm, que Juntamente com Susan Sontag considera Fassbinder uma das referências culturais do século XX.
Fassbinder morreu de uma overdose aos 36 anos. Há controvérsias se a overdose foi voluntária ou não, e se a discriminação sofrida por ser ele um homossexual declarado não tenha contribuído ao seu fim prematuro. Sua morte é considerada um marco do fim do Novo Cinema Alemão.

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