agosto 19, 2012

OS INFINITOS


Ainda que Os Infinitos remeta à ideia de permanência, de perenidade, o romance de John Banville tem a morte como elemento central da história. Esta não seria tão original se não tivesse como narrador uma divindade do Olimpo que parece estar à espreita, enquanto Adam Godley, um premiado matemático, está morrendo. Diante de tal acontecimento a família se encontra unida pelo sentimento de impotência que, ao mesmo tempo, os individualiza.
A insegurança, o medo e a angústia de cada um de seus membros é apresentada pelo ponto de vista do narrador que, sendo uma divindade, tem um olhar agudo de alguém que não tem o senso de mortalidade, nossa tragédia e nossa glória. 
Esta sua condição lhe dá legitimidade para narrar as emoções...” é claro que tudo isso está sendo expresso na língua dos humanos, e não poderia ser de outro jeito. Se eu falasse com a minha própria voz, ou seja, a voz de uma divindade, vocês ficariam estarrecidos com tal som — na verdade, não teriam sequer condições de me ouvir, pois a nossa fala celeste é extremamente rarefeita se comparada aos seus grunhidos mal e mal articulados”. 
"Nunca nos afastamos - vocês simplesmente pararam de nos parecer divertidos", explica o deus narrador, antes de revelar as brincadeiras dele, de seu pai e de outros habitantes do Olimpo na insuspeita rotina dos Godley - o que inclui a sedução de Helen, nora do matemático, por Zeus, durante o que ela pensa ser um sonho.
Nota : Leia a sinopse e veja o  video entrevista com o autor

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