dezembro 05, 2011

Idosidade


Só mesmo holandeses para fazer esta criativa abordagem valendo-se da "idosidade" dos artistas para fisgar os jovens. Em que pese serem eles que compram os discos dos velhos ídolos, isto seria impensável por aqui.
Como afirma com toda propriedade o publicitário Alex Periscinoto para o brasileiro a juventude não é uma etapa cronológica. " É um atributo obsessivamente perseguido pra ser autoagregado custe o que custar. O cara compra tal carro porque disseram pra ele que é um carro jovem, vai suar e sofrer na academia porque é o que jovem faz, viaja pra Fernando de Noronha enfrentando mosquitos e preços esfoliantes porque é um roteiro jovem, etc. Aqui todo mundo quer ser um baby beef tenro e fresquinho blindado contra o implacável calendário. Grisalho só entra na nossa publicidade em anúncio de hotel em Poços de Caldas pra tomar banho de águas sulfurosas que ajudam na diabetes, ou de Viagra. As agências e criativos fogem dos "veínhos" como jogador de futebol foge dos livros. Mas como os holandeses não sofrem dessa síndrome de Sininho e Peter Pan, mandaram bala. E, sem a menor censura, mostraram os ícones musicais dos anos 50 e 60 embranquecidos como cápsulas do tempo."
Independente da campanha, ele questiona : " por que as gerações de hoje embrutecidas pelas músicas bate-estaca e letras agressivas repletas de safanagem sentem atração pelo que cantam o Elvis e os Beatles com suas melodias suaves e ingênuo romantismo? Que poder misterioso tem um "Love me tender- love me sweet" ou "Michelle ma belle- I love you" pra seduzir ouvidos acostumados às britadeiras dos roqueiros e seus gritos lancinantes de cachorro atropelado?"

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