março 08, 2011

Rose Marie Muraro

Rose Marie Muraro, a patrona do feminismo brasileiro, está com  80 anos e não para . Quase cega,  numa cadeira de rodas, ela diz que está muito bem. "Tenho feito de tudo. Escrevo enlouquecidamente." . Um Mundo ao Alcance de Todos   será seu 36º livro. Ela  estudou física e economia  mas se notabilizou por levantar a questão feminina e ser uma voz impertinente contra a ditadura.

"Eu sou porra-louca. Quebro todos os padrões, inclusive os da velhice. Minha rotina continua a mesma. Sem olhos, eu continuo pensando o dia inteiro. Quando fiz uma operação de catarata nos EUA, consegui ver meu rosto sem óculos pela primeira vez. Tinha 66 anos e me achei bonita. Venho perdendo a visão desde que nasci. Sabia que no fim da minha vida não poderia usar meus olhos. Estou lidando com isso agora. O oculista me deu um óculos com uma lente com 24 graus para ver se eu conseguia ler jornais, mas não consegui. Não sei o que é braile. Pessoas que gostam de mim vêm ler para mim. É comunitário"

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"Eu não sou pós moderna. Eu sou pré-arcaica. Do tempo da visão comunitária, não tinha rico, não tinha pobre. Isso está na cabeça do ser humano: o desejo de igualdade"
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"Sou um catavento. Não vou contra o vento, não. O vento é a história. Estou aberta para o andar da história. Se ela involuir eu morro. Mas não está involuindo, está melhorando. Sempre fiz o que tinha que ser feito, independentemente do meu medo. Sou normal; os outros é que são -posso dizer um palavrão?- cagões. Eu não sou cagão porque sou cega"

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