setembro 18, 2010

RETRATOS IMORAIS


Ronaldo Correia de Brito retorna ao conto, gênero que o consagrou. Aparentemente, não há uma unidade nas 22 narrativas que compõem Retratos Imorais. Mas a forte presença das imagens fotográficas e cinematográficas permeiam os relatos sobre personagens entregues às suas muitas tensões e obsessões.
No conto que dá título ao livro, num leito hospitalar um homem se defronta com seus fantasmas ao folhear um álbum de família: "Meu nome é Claudiney Silva. Num álbum de fotografia que hoje folheio horrorizado, apareço abraçando uma menina. É minha filha."
“...A foto da família feliz (…) nenhum fotógrafo bateu para mim pelo simples motivo de que não houve esse instantâneo em minha vida”.
Divididos em três seções: "Retratos Dispersos", "Retratos de Mães" e "Retratos de Homens", como a exposição de retratos numa galeria, os contos nos mostram figuras de homens e mulheres despedaçados, assombrados pela memória e pelo impacto do presente.
Um presente em que amigas duelam por um mesmo macho, homens pintam as unhas com esmalte transparente, amantes se engalfinham...
Retratos, sem piedade, do mundo banal.

Nota: Do autor, recomendo ler Estamos chegando estamos partindo linkando no título.

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