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“... registro tudo, para assim me registrar. Pinto como se fosse um serviçal de cartório. Torno-me escrivão toda vez que me proponho a criar. Associo coisas simples tentando balbuciar novos símbolos. Talvez, o figurativismo que uso, seja uma arma para facilitar o entendimento de meus hieróglifos. Minha pintura funciona como um diário. Um grito de naufrago, um registro de bordo, que carrego enquanto viajo, aqui, pela vida. São anotações, documentos de toda a ordem e espécie. Aproprio-me de um fato, fragmento-oe reestruturo-o, onde o absurdo torna-se cotidiano. Meu encontro com a contemporaneidade está no Realismo-Mágico, movimento pós-moderno, de grande força na cultura latino-americana, diferente do Surrealismo e do Hiperealismo, pois seu disfarce é a própria realidade. Invento inertes vídeo-clips. Minha pintura é um imenso e fragmentado muro babilônico. ”
“Arte é busca eterna que não chega a lugar nenhum. Ao longo do tempo, o que você consegue é desenvolver linguagem pessoal para apresentar de forma mais clara as suas ideias” (Miguel Gontijo, de 61 anos, no momento que abre exposição e lança o livro Pintura Contaminada). A mostra traz aquarelas e pinturas, com curadoria de Robson Soares; o livro é apanhado de mais de quatro décadas de atividades. Em ambos está visualidade construída com imagens das mais diversas procedências, de fotos de jornal a ícones da história da arte, passando por caligrafias, criando diálogos entre elementos díspares. Não é retrospectiva, avisa Miguel Gontijo.
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