abril 02, 2010

Dora Carrington 























O Grupo de Bloomsbury foi uma livre associação de escritores, artistas e intelectuais que durante as primeiras décadas do século 20 teve uma marcante atuação na vida cultural britânica. Os principais membros do grupo, que incluía os escritores EM Forster, Lytton Strachey,Virginia Woolf, o economista John Maynard Keynes , dentre outros , se reuniam na casa de Clive e Vanessa Bell (irmã de Virginia Woolf), no bairro de Bloomsbury de Londres, que era a área favorita de artistas, músicos e escritores.
Entre os "Bloomsbury" não havia nenhuma ideologia social ou estética comum. Eram ligados principalmente pela crença na importância das artes e na revolta contra as restrições da sociedade vitoriana, sobretudo em matéria sexual (vários deles eram homossexuais ou bissexuais e suas vidas amorosas eram muitas vezes complexamente interligadas) .
No início dos anos 1930, o grupo de Bloomsbury deixou de existir na sua forma original . A morte de Lytton Strachey, em 1932, é por vezes considerada como um marco, embora tenha sido, talvez, o suicídio de Virginia Woolf em 1941 que realmente marcou o fim de uma era . Após a Segunda Guerra Mundial, as idéias Bloomsbury cairam de moda e os membros do grupo passaram a ser tidos como diletantistas e elitistas. Foi a partir da década de 1960 que houve um grande renascimento do interesse em todos os aspectos do grupo, marcado pela publicação de numerosos estudos biográficos e críticos.
Do grupo fazia parte Dora Carrington (1893-1932),pintora e artista, levada mais a sério hoje do que foi durante sua vida. Dora viveu com o escritor Lytton Strachey, uma das principais figuras do grupo de Bloomsbury que era homossexual enquanto foi casada com Ralph Partridge. Teve numerosos romances, no entanto, foi totalmente dedicada a Strachey e se suicidou poucas semanas depois de sua morte.
Boa parte do seu trabalho decorativo foi feito em sua casa em Ham Spray Wiltshire, onde morava com o marido e Strachey . Dedicou também grande parte de sua energia a uma volumosa correspondência, que ela ilustrava com 'desenhos deliciosos'.
Seu trabalho raramente foi exibido durante a sua vida e ela esteve praticamente esquecida durante anos. Uma coleção de suas cartas e trechos de seus diários foi publicado em 1970, marcando o início de um renascimento do interesse por ela. Desde então, tem havido vários livros e exposições dedicadas a seu trabalho.

Sua vida e o amor não correspondido por Lytton Strachey foi representado no filme "Carrington - Dias de Paixão" [de Christopher Hampton, 1995, com Emma Thompson no papel-título).

"Dependendo da visão que se queira ter, eles foram um círculo fascinante de intelectuais ativos, talentosos e livres-pensadores ou um grupo de subversivos libertinos "que viviam em quadrados, mas amavam em triângulos".
O Grupo de Bloomsbury continua a suscitar fascínio até hoje, décadas depois da época em que seus membros se reuniam em casas elegantes para sexo e conversas espirituosas.
Praticamente não se passa ano sem que seja lançado mais um livro que procure captar parte de sua história incomum.
Agora acaba de sair a contribuição mais recente ao material sobre o grupo: milhares de páginas de correspondência e 30 álbuns de fotos pertencentes a duas integrantes do círculo, que acabam de ser liberados para uso público.
As integrantes em questão são Rosamond Lehmann, figura famosa no cenário literário britânico do entreguerras, e a escritora de diários Frances Partridge, que viveu mais que todos os outros membros do grupo e continuou a escrever em seu diário praticamente até o dia em que morreu, seis anos atrás, aos 103 anos de idade.
Embora os membros do Grupo de Bloomsbury fossem brilhantes e liberados, nem todos eram felizes."


Nota: A íntegra deste último texto saiu no "Independent" - ANDY McSMITH - Tradução de Clara Allain .

2 comentários:

Anônimo disse...

Maravilhoso

Anônimo disse...

Nossa, sem palavras para descrever como isso foi profundo...