fevereiro 03, 2010

Se ainda houver amor

Se inda houver amor eu me apresento.
E me entrego ao princípio do oceano.
E se me atinge a onda, úmida eu tremo
esquecida de insones desenganos.

E se inda houver amor eu me arrebento
feliz, atravessada de esperança
e mesmo lacerada inda assim tento
quebrar com meu amor todas as lanças.

E se inda houver amor terei alento
para aguentar o inútil desses anos
e não me matarei, sonhando com o tempo
em que me afogarei no seu encanto.

e se inda houver amor, ah, me consente
ser pasto de tua chama, astro medonho.
E se inda houver amor, eu simplesmente
apago esta ferida do meu sono.


Lucila Nogueira

2 comentários:

Anônimo disse...

Comovente, verdadeiro, escrito com muita sensibilidade

Anônimo disse...

noites insones e vazias
me levam ao blog da Zelinha
que sempre tem estrelas
luar e entrelinhas...