janeiro 10, 2010

PARIS

Como os filmes levam muito tempo até chegarem aos cinemas daqui, é quase impossível não ter lido (tudo) sobre eles, antes de assisti-los. Há quem consiga resistir a esta tentação. Tenho um amigo que escreve sobre cinema na coluna Sript - O POVO on line link no título - que se recusa, bravamente, a ler o que quer que seja, com antecedência, o que faz seus comentários serem genuínos e pessoais. No decorrer do ano passado, aconteceu de irmos juntos ao cinema algumas vezes. Numa delas, de volta à casa , comentei sobre o filme aqui no blog. Não deu outra. Ele não escreveria sobre aquele filme ( AMANTES). Mas, nas inevitáveis listas de fim de ano das colunas do gênero, não teve como escapar de fazê-lo , uma vez que o filme está entre os melhores.
Depois de quase dois anos de seu lançamento, somente hoje, vi P A R I S, um filme do Cédric Klapisch (seus filmes mais conhecidos são o "O Albergue Espanhol" e "Bonecas Russas"). Determinar o gênero de PARIS é irrelevante. Da forma como começa, poderia se tornar um melodrama, mas não é isto o que acontece. Através de um drama anunciado no início, conta histórias de seus habitantes e de seu dia-a-dia, seus dramas pessoais que se cruzam e as mudanças que provocam.
Alguns personagens se perdem pelo caminho, não há interesse de desenvolver uma história para cada um deles. O filme feito por quem gosta da cidade, mostra um painel da sociedade (se valendo de todos os clichês, e daí?): personagens solitários, neuróticos, feirantes, gente do mundo fashion, imigrantes, a angústia de um professor de história, a mal humorada gentileza dos parisienses personificada na dona da boulangerie ( a típica parisiense!)...e vai se transformando numa fábula urbana.
Um filme que trata da vida, da morte, do amor e de sonhos que transforma PARIS em personagem. Precisa mais? AH! Tem um ótimo elenco e uma trilha sonora superbe!!!

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