dezembro 06, 2009

Querido diário,

só tenho projetos a curtíssimo prazo . Ainda não os tenho para 2010, nem para a nova década . ESTES daqui a pouco surgirão. Sem pauta. Não marco dia, hora e lugar para fazer planos e reflexões. Ficaria parecendo reunião de serviço, onde se discute (pela enésima vez) o que não se quer, de fato, resolver. Os meus 'planos' são, como eu, meio indisciplinados. Surgem a qualquer momento, em situações e locais insólitos. Às vezes, no curso das tais reuniões que mencionei quando mecanismos (mentais) de escape são, instintivamente, acionados.
Independentes, sem qualquer razão aparente ou estímulo que os justifique, os projetos assomam e assumem minha cabeça, prontos para serem postos em prática. Invoco algum bom senso que ainda me resta para evitar que os concretize de imediato. Racionalmente, sei que necessito de algum freio, de alguma coisa que me impeça de agir ao primeiro impulso. Para este necessário e saudável adiamento, preciso inventar alguma coisa que os retarde, permitindo sua maturação. O argumento forte é que preciso trabalhar!!! O ócio, tão desejado por todos, não me cai bem. Gosto que seja assim. Como gosto de circular pelo mundo como observadora. Às vezes, atenta. Outras, bem distraída. Mas o fato de me sentir solta no mundo tem me feito bem. Enquanto que me faz mal conviver com o medo e me sentir presa, sem liberdade, sem calçadas e nem clima para viver civilizadamente. Será querer muito? Aos sobressaltos, pouca ou nada se desfruta. Mas tem a praia, dirão alguns. A praia, 'vendida' aos turistas estrangeiros ou sulistas fascinados pelos sucessivos dias com temperatura constante em torno de 30º, como proposta de vida, não interessa. Não me diz nada. Dias, semanas de 'tempo bom' e o sol se pondo pontualmente (o por do sol é um 'evento' – ando com abuso desta palavra, já usei esta semana para me referir ao Juízo Final - daí as aspas). Mas multiplique estas semanas por meses e o que se terá é uma monotonia, entediante , uma repetição do mesmo . Transforme estes meses em anos que vem o desespero....
Sexta, tive a minha primeira sessão com uma terapeuta local. Os amigos com quem fui me encontrar ao sair de lá foram poupados desta ladainha. Um deles também estava voltando da terapeuta, mas suas questões são outras...Ele, aos 30 e poucos anos, não tem a sensação de que o seu tempo está se esvaindo. O que faz toda a diferença

2 comentários:

Valéria Santos disse...

A partir do momento que nascemos temos cada vez menos tempo, tenho a sensação que o tempo que chega me toma o tempo que ainda quero ter...quero viver algo emocionante, inusitado, inesquecível...será que ainda há tempo? Só o tempo poderá dizer.

Anônimo disse...

Zelinha, zelinha
to de olho em voce!!!!
Minha bela, o tempo e igual estuprador, se for inevitavel, relaxa e goza!!!! e tente negociar camisinha!!!( rs rs esta e so p bom entendendor)

Querida D Quixote de la Fortaleza, se cuida q tem muito papo e vinho nos esperando.
Bia