outubro 28, 2009

GNOCCHI

Embora aqui na 'terrinha' existam restaurantes italianos para vários gostos e bolsos, ainda são poucos. Na última sexta feira, jantei no Forchetta d' Oro, onde comemoramos o niver da minha amiga Bel.Uma delícia! Tanto os (re)encontros como a cozinha. Dizem ser a carta de vinho apenas brownless (no ingles cearense). Não arrisquei, levei o meu (pagando a rolha, claro!). Mas isto é outro assunto.
Ia dizendo mesmo era que fazia tempo que não comia ghocchi. Até domingo quando, por pura preguiça de sair de casa, encarei um daqueles 'de caixa' da 'reserva técnica' mantida para estes dias. Não do forno para a mesa. Segundo o modo de fazer, eles tinham que ser colocados na água para ferver até começarem a boiar. Uns bobinhos mesmo...
Gnocco significa “bobo” e gnocchi é o seu plural .
Um pouco de história para ilustrar o post : Os primeiros registros na história dão conta de serem servidos gnocchi em banquetes renancentistas, na região da Lombardia . Nesta época eram preparados com pão leite e amêndoas trituradas e chamados de “zanzarelli”- mosquitinhos - por causa do formato.
Ao longo do século XVI, o prato sofreu modificações no preparo e no nome que passou a ser , de forma igualmente depreciativa, “malfatti” , ou seja, malfeitos. As amêndoas e o pão foram substituídos por farinha de trigo, água e ovo.
A variedade de cores era obtida com o acréscimo de certos ingredientes: o verde com acelga e espinafre, os amarelos com abóboras ou açafrão, enquanto que os brancos eram feitos com frango, laranjas ou cenouras .
Somente no século XVIII se difundiram os nhoques de batata que por ser , à época, um ingrediente nobre, tornou o prato mais requintado.
O GNOCCHI é uma unanimidade gastronômica e passou à cozinha contemporânea feito não só com batata inglesa, mas também com mandioquinha ou cará e acompanhado de molhos de cogumelos, tomate, manjericão, queijos ou aromas de trufas. hummmmm...
Não bastasse ser uma delícia (o meu, por razões óbvias, não estava tão assim), o prato é cercado de uma lenda de que seria a “massa da fortuna”. Persiste em certas famílias italianas lá no Sul, por onde me demorei quase vinte anos, a superstição de comê-lo dia 29, de um mês qualquer , colocando dinheiro sob o prato para simbolizar o desejo de novos ganhos. Uma tradição tão boba quanto o próprio. Muitos restaurantes em Curitiba ajudam a manter a lenda.
Amanhã servirão gnocchi ....

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