setembro 19, 2009

Sabina Spielrein


Ontem, no fim da tarde, fui encontrar com amigos no café da Lua Nova. Os frequentadores da simpática livraria do Benfica devem ser ligados à universidade que continua, em parte, nos arredores. De outro modo, não se explicaria os clientes serem tratados por “professor (a)”. É assim que o fazem. Achei legal. Apesar de a casa não ser muito grande, o café fica no piso de cima. Numa das salas, uma grande foto de uma Frida, na fase em que se via bela . Na outra, fotos menores de outras mulheres. Identifiquei Camile Claudel, Cora Coralina....mas uma me deixou especialmente intrigada. Estive sentada em frente a ela, desafiando a minha memória. Em vão.
Um painel de imagens se passou na minha cabeça enquanto conversava. Nenhuma correspondia àquela . Não ia conseguir sair dali sem saber de quem se tratava. Mas ao ouvir : “Sabina Spielrein” quase ousei discordar. Lembrei-me, a tempo, de que a ' minha sabina' tinha a cara da atriz do filme Jornada da Alma. "Meu nome era Sabina Spielrein: quando eu morrer, quero que o Dr. Jung receba a minha cabeça. Só ele pode abrí-la e disseca-la. Quero que meu corpo seja cremado... e minhas cinzas espalhadas... sob o carvalho com os dizeres: 'Eu também era um ser humano.'"

Vim para casa pensando nela e fui tentar recuperar as imagens do filme. Localizei o trailer. Um filme a ser (re)visto. A ausência de seu nome, por seis décadas, nas obras fundamentais da história da psicanálise aponta para um 'soterramento histórico' que precisa ser compreendido. A verdade, que vem à tona da análise de seus principais textos e de algumas observações feitas em seu diário e suas cartas é que Sabina Spielrein é uma teórica inovadora em psicanálise e uma pioneira em vários sentidos.
Sobre a sua obra leia mais clicando no título.

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