
Após alguns compassos da Sonata em Dó Maior, teve que parar imediatamente porque Schumann levantou-se agitado, com uma alegria incontida. Disse que precisava chamar sua mulher. Saiu correndo, gritando: “Clara! Clara! Você vai ouvir uma música como nunca ouvira antes!” Clara veio e o adolescente de Hamburgo recomeçou, tocando ele próprio a sua primeira obra em presença da maior virtuose alemã do piano de seu tempo, e do já grande compositor Robert Schumann, que estava comovido, porque reconhecera na musica os ecos de sua própria mística. Foi-se o primeiro movimento, depois o segundo e finalmente Brahms tocou o terceiro, com os Schumann extasiados de alegria, emocionados, maravilhados. Não houve naquele dia o tradicional passeio do casal. Brahms ficou para almoçar e à tarde tocou mais, e depois Clara também tocou. De noite, Schumann escreveu em seu livro de anotações uma nota lacônica: 1º de outubro: Brahms em visita (um gênio)”.
(Trecho do livro “Clara Schumann”, de Catherine Lépront que registra o encontro mágico dos dois gênios da música clássica)
Esta foi a Sonata que o jovem Brahms interpretou para o casal Schumann.
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