agosto 02, 2009

O gênio das cores

"Ele seguia à risca a rotina. Acordava cedo e passava a manhã toda no ateliê. Voltava às telas por mais um tempinho depois do almoço. O fim da tarde era reservado às aulas de violino. No jantar, servia-se sempre do mesmo cardápio: salada, uma sopa de legumes, dois ovos cozidos e uma taça de vinho. Volta e meia, confidenciava que a convivência com os filhos, Marguerite, Jean e Pierre, atrapalhava um pouco seu processo criativo. Precisava de um ambiente tranquilo para desenvolver as peças. Para ele, uma boa obra de arte era aquela capaz de transmitir equilíbrio e serenidade às pessoas. Serviria como uma espécie de refúgio à mente dos observadores. As manias e crenças, por si sós, não surpreendem. Tudo muda, no entanto, quando se avisa que o artista em questão é Henri Matisse (1869-1954). A princípio, o apego às regras e a busca por um estado de calma não combinam muito com as cores nervosas e as cenas repletas de detalhes associadas imediatamente ao pintor francês. Mas insistir em olhar seu trabalho dessa forma significa manter-se sobre a superfície de uma influência fundamental para a arte do século 20, que se estende até o século 21. Há silêncio por trás das padronagens chamativas de seus quadros. Há, também, muito esforço e menos intuição, ao contrário do que se pode pensar diante de composições tão explosivas. Perceber isso vai ser bem mais fácil a partir do mês que vem, quando a Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta Matisse Hoje, a primeira exposição individual do artista no país."
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