junho 19, 2009

Casa de Bonecas

Escolher para onde ir, o que fazer e com quem. Não abro mão disto por nada. Viajar não começa quando se sai de casa para o aeroporto. O prazer começa muito antes... É certo que nem todo mundo concorda com isto e não faço o menor esforço para ser compreendida. Desde o meu retorno, além de ouvir "da próxima vez irei contigo", de quem não faz a menor idéia do que foi, onde estive, o que fiz ou aconteceu, tenho recebido pedidos de roteiros. Um deles me diz "pretendo passar uns quinze dias entre Lisboa, Paris, Londres e Berlim... monte minha viagem". E não é por nunca ter ido à Berlim, dentre outras coisas que não sei, é que insisto em serem estas escolhas muito pessoais.Ocorrem-me algumas indagações: por que viajar? o que faz alguém querer sair da sua zona de conforto e segurança para encarar o desafio do novo, do desconhecido, estranho e, não raramente, hostil mundo lá fora? quais são as motivações? serão elas grandes o suficiente? Conheço quem não tem a menor vontade. E daí? Por que ter que viajar? Se disserem que viajar é bom, não acredite. Não é verdade. É preciso que você traga dentro de si uma vontade imensa de algo indizível ...
Se for para viajar pelo prazer de mero deslocamento geográfico, mudança de paisagem, sair da frente da televisão nem que seja para continuar vendo o que querem que você veja, fazer o que foi devidamente planejado e que, de preferência, o afaste o mínimo dos seus hábitos, inclusive os alimentares ou outros carinhosamente cultivados ao longo da vida, pegue uma excursão. Tem a vantagem adicional de não ter que pensar. Imagine o que é sair por aí (não precisa nem saber exatamente para onde), sem ter que se preocupar com horários, roteiros, traslados, reservas, mapas ou cardápios. E ainda ter a garantia de que retorna tal como foi, não fosse o valor da fatura do cartão de crédito e aquelas fotografias de lugares que você nem reconhece. E o melhor: ter sempre um guia, para quem se pode reclamar seja do que for. Afinal se está pagando para que? Viajar para se estressar não vale a pena!

Mas não era sobre isto que ia escrever. Queria apenas dizer que nesta troca de dicas que se estabelece entre os viajeiros, recebi esta de uma amiga e queria repassar.
Este pequeno restaurante está situado na bela Ile Saint-Louis, o nome é uma homenagem a Blanche de Castille. O AUBERGE DE LA REINE BLANCHE tem uma decoração das mais insólitas e que parece fazer muitos anos que não é mexida: às paredes estão coladas uma coleção de móveis antigos para casa de bonecas!!! De cozinha tradicional: coq au vin, canard à l' orange, cotes d'agneaux grillées aux herbes de Provence, diante de camas, armários e comodas em miniaturas ...A espera (se tiver que acontecer, chegamos cinco minutos antes da hora) é fora mesmo, na calçadinha estreita. Anote aí, é uma boa!




2 comentários:

Anônimo disse...

Pois eu, apesar de ter achado a dica do restô muito interessante, gostei mais dos comentários sobre viajar. Logo lembrei do povo que quer se encambitar com a gente nas viagens sem ter a mínima química. Eu dou logo um jeito de descartar, quando noto que a criatura não dá liga numa viagem [certos hábitos a gente já reconhece como incompatíveis], afinal de contas é melhor um não antes que uma briga feia durante a viagem. Beijos. TL

Anônimo disse...

Zélia, adorei essa foto.Você na França arrasa hein??? Não tenho uma opinião tão formada a respeito do tema "viagens". Só sei que: "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena." (Fernando Pessoa) ...
Bjs, Sonia