outubro 17, 2008

A Batalha de Argel


No TC Cult vai passar, hoje (às 16,25), "A Batalha de Argel" que é a reconstituição da luta do povo argelino por sua libertação do jugo do colonialismo francês, tendo como fio condutor a história de integrantes da Frente de Libertação Nacional (FLN), que resistem na Casbah, o maior bairro popular da capital Argel.
A ação se passa entre 1954 e 1957 e o diretor Gillo Pontecorvo mistura ficção e fatos reais, tratando com tanta veracidade a resistência argelina e a violência do exército francês que obtém como resultado um “quase” documentário, intenso e emocionante.
O coronel Mathieu utiliza e defende abertamente a tortura para desbaratar a resistência argelina e manter o país sob domínio dos franceses. A tese - o uso da tortura e da humilhação como principal forma de combate - foi defendida publicamente em 1961, pelo coronel francês Roger Trinquier em seu livro "La guerre moderne", que serviu de “referência” para a “assessoria” de militares americanos em golpes de estado em países da América Latina.
Há dois anos, segundo o NYTimes, o filme foi exibido no Pentágono a militares norte-americanos inconformados com a tenaz resistência do povo iraquiano.
A Batalha de Argel ganhou o Leão de Ouro e o prêmio Fipresci (da Federação Internacional dos Críticos), no Festival de Veneza em 1966.
Esteve banido França até 1971 e ficou proibido no Brasil na ditadura.

Gillo Pontecorvo : Nasceu em Pisa, Itália, em 1919. Ligado ao Partido Comunista, começou a trabalhar como jornalista nos anos 1930; foi correspondente em Paris de jornais italianos. Ao final da II Guerra, tornou-se assistente de Joris Ivens, Yves Allégret e Mario Monicelli. Nos anos 50, dirigiu documentários antes de estrear na ficção com Giovanna, episódio do filme Die Vind Rose, (1954) sobre uma operária da indústria têxtil. Dirigiu também A Grande Estrada Azul (1957), Kapò (1959), Queimada! (1969), Ogro (1980), O adeus a Enrico Berlinguer (1984), Firenze, il nostro domani (2003).

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