agosto 16, 2008

TEMPO E JABUTICABAS

Este texto me foi enviado pela Eunice:

"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou:
'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana;
que sabe rir de seus tropeços,
não se encanta com triunfos,
não se considera eleita antes da hora,
não foge de sua mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!"

3 comentários:

Anônimo disse...

O Texto da Eunice sobre Jaboticabas
Me foi muito útil.
Zelia, e sempre bom entrar no seu blog,constantemente encontramos algo agradavel de ler, ouvir...
E como ter vc sempre por perto.
Beijos

Anônimo disse...

de um email a propósito desta postagem : "... Meu tempo é menor ...., mas que a minha velocidade é muito, mas muito maior ... Que eu tinha/tenho pressa ... E esses jovens não estão nem aí, caminham num passo que vai do escargot ao jabuti. Mas será que é culpa deles? Não seria do ser humano ter essas velocidades diferenciadas ao longo da vida? Eu, de qualquer modo, venho notando que prezo cada vez mais o pouco tempo de que disponho. Mas acho que lá pelos trinta já havia resolvido não perder muito meu tempo com qualquer pessoa ou coisa. Acho o tempo mesmo o 'senhor do universo' (tenho que dar os direitos autorais a alguém). Pode ser mesmo a própria confusão com Deus, com algo que domina nossos destinos, puxa nossos fios de meras marionetes...

Anônimo disse...

Zelia li o texto das Jabuticabas, é uma lição. Eu adorei tanto que imprimi e colei na minha mesa.
Beijos e saudades