julho 05, 2008

Estereótipos

Percebo, cada vez mais nitidamente, o quanto os objetos que possuímos e/ou consumimos são decisivos para nossa significação pessoal e o quanto refletem na organização da escala social de valores.
Chegamos ao ponto de não saber se os consumimos pela satisfação que nos proporcionam ou se esperamos que nos definam, que nos façam valer, que nos tornem amáveis e aceitáveis.
A sonhada adequação aos estereótipos tem nos subjugado não só à tirania dos objetos, mas também da imagem.
Sempre nos falta algo que nos ponha de acordo com o figurino. A partir desta crônica inadequação tendemos a acreditar que fora da imagem vigente não somos grande coisa.
Por outro lado, nossa inadequação nos deixa a ilusão de sermos diferentes , mas porque dotados de consciência crítica que sabe constatar que algo nos falta para compor a imagem perfeita. Mas destino pior é o de quem acredita em sua perfeita coincidência com um estereótipo social, aderindo a ele como a sua própria natureza. O simples fato de envelhecer para estas pessoas é uma queda infinita no abismo do nada.
Isto me ocorre, a propósito do “relaxamento” que fiz nos meus cachos...
Teria cedido ao império da imagem?

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