julho 21, 2008

TER UM BLOG

Não encontrei a situação adequada para declarar que tenho um blog...
Às pessoas a quem tenho sido apresentada , ultimamente, meus amigos dizem , antes de qualquer outra referência : “ela tem um blog.”.
E daí? Em geral, quem ouve não sabe o que fazer com esta informação, o que dizer ou o que perguntar. Em certas circunstâncias, quase um vexame, como se pensassem : “por que estão me dizendo isto?”
Percebo que, mesmo alguns que dizem “ela tem um blog”, sabem apenas, vagamente, o que isto significa, como funciona ou para o que serve - se é que serve para alguma coisa ( no meu caso, conto mais adiante).
O que é “ter um blog”? Ou melhor, o que é um blog?
Há quem pense ser um diário virtual. O que não é certo. Igualmente, o que se escreve num blog não pode ser tido como literatura. No meu caso, fica mais do que evidente inexistir tal pretensão . Não existe literatura de blog nem blogueiro é escritor. Tampouco blog é estilo literário.
Quando não se trata de ficção, não se escreve no blog com espontaneidade , na medida em que a mistura de fatos da vida com a exposição de um blog não se revela uma combinação recomendável. De minha parte, tento fazer com que a minha vida não seja a matéria prima do que publico. Fiel ao que consta no perfil , registro o que li, vi, pensei ouvi ou lembrei......
Sem qualquer compromisso com temas, valho-me dos recursos disponíveis ( vídeos, links para outros sites, etc) para comentar acontecimentos, livros, filmes ou qualquer outra forma de criação artística, sem preocupação quanto a serem ou não atuais (o que é bom não é eterno?). Não há dúvida de que as postagens traduzem os meus sentimentos e opiniões, algumas vezes não muito conservadoras...
Ninguém é obrigado a concordar e há ampla liberdade para manifestação.
Já me perguntaram como decido o que vou postar, “de onde tiro”o que tem no blog , ou o que me leva à escolha dos assuntos e até como faço para que tenha esta cor . Mas há também os que me escrevem para dizer que ele é a “minha cara” , ou que o lê para matar a saudade de conversar comigo, ou para saber o que ando “fazendo”. Sem contar os “comentários” deixados no local próprio, sobretudo por estranhos .
Tendo um blog, é inevitável pensar em quem estaria lendo e nas suas expectativas em relação às próximas postagens que, diga-se por oportuno, nem eu mesma sei sobre o que versarão. O outro lado disto é pensar que ninguém lê e que estou livre para postar ao meu bel prazer.
Se ninguém acessa, porque não colocar tudo no word, num arquivo de imagens, na minha pasta “pessoal”? Esta é uma questão que me ocorre com uma certa freqüência.
Mas não é assim que tem funcionado. Não passam muitos dias sem que venha algum comentário . Além destes, tenho percebido (via e-mail, msn , orkut) que parte das pessoas que o acessam não têm necessidade de comentar sobre o que pensou a respeito desse ou daquele post. O certo é que não tenho a sensação de estar “falando sozinha” e me sinto estimulada a continuar compartilhando certos interesses/gostos através desta ferramenta de publicação ( um blog não passa disto ) , com o distanciamento e as cautelas necessárias.
Blog parece requerer tempo. Li que 47% dos blogueiros têm entre 14 e 18 anos.
Na outra ponta, estão aqueles que, como eu, já atingiram a fase da vida em que se pode ter dedicação exclusiva às letras e às artes, compreendida nesta expressão todas aquelas atividades que dão prazer, que pode ir desde criar passarinhos (presos, um horror!) até onde a imaginação levar...
No meu caso, ao blog!

Um comentário:

Anônimo disse...

Simplesmente adorei essa sua mensagem sobre o porque de fazer um blog, sobre o que te motiva e o que te incita a escrever mais e mais.... Te peco, nao pare de escrever. E' um prazer tao grande ler tuas coisas, mensagens, videos, propagandas, analises, piadas... Me divirto, penso, reflito, analiso, me analiso, volto a rir, viajo com a minha mente/memoria/fantasia, ME ENRIQUECO !!!!! Obrigado pelo teu blog !!!! Muito obrigado !!!!