maio 08, 2008

SALAMANCA - Cidade Européia da Cultura 2002 - Patrimônio Mundial da Humanidade desde 1998


As cidades não são iguais. Em algumas domina a arquitetura, em outras a localização e belezas naturais, existem as que se tornam irresistíveis pelos espectáculos ou animação que oferecem, existindo ainda aquelas que nos atraem pelas lembranças que despertam...
Em Salamanca o ponto alto é a História.
A cidade é pequena. Dos cerca de 150 mil habitantes, uns 40 mil são estudantes , hablando todas as línguas, o que foi perceptível no café onde jantamos em nossa primeira noite (www.erasmuscafe.com ).
Um magnífico Balzac, esculpido por Rodin, ergue-se no centro da Plaza Mayor onde palpita o coração de Salamanca e se constroem, neste momento, as instalações da Feira do Livro, de 10 a 18 deste mes.
É uma cidade para se conhecer a pé. Seu centro histórico se concentra em torno dos seculares edifícios da Universidade (as aulas foram transferidas para um campus). O rendilhado de pedra, que ganha um delicioso tom rosa quando iluminado pelo sol, está presente um pouco por todo o lado.
Unamuno, que não nasceu em Salamanca, embora com ela tenha se identificado, falou de corales de oro que reverberan al sol desnudo del invierno.
A passagem do tempo se inscreve nesta pedra arrosada, cor particularmente adequada ao chamado "plateresco" dominante. Platero, palavra que significa ourives, foi o vocábulo que deu origem à classificação deste estilo característico do Renascimento espanhol dos séculos XVI e XVII
Salamanca é um museu ao ar livre.Engana-se quem pensar que já viu tudo após ter passeado pelas ruas que ladeiam os edifícios universitários. Em primeiro lugar, porque a quantidade e proximidade dos monumentos nos confundem. Se não é fácil identificar o Convento de San Esteban, mais difícil é descobrir o que é o quê quando se trata da Universidade, ou perceber, por exemplo, onde começa a Catedral Nova e termina a Velha, ou o inverso
Além da Plaza Mayor, outras duas praças são obrigatórias: a plaza onde se ergue a Casa-Museu de Unamuno e a chamada Casa de las Muertes, em frente ao convento franciscano de las Úrsulas, e a Plaza San Boal, onde acontece no belíssimo Palacio San Boal, Escuela de Bellas Artes de San Eloy, uma exposição Pompeya y Herculano - a la sombra del Vesubio.

Origem
Salamanca parece ter origem celta e nos primeiros documentos escritos onde foi referida pelos historiadores gregos Políbio e Plutarco ou por Tito Lívio, fala-se indiscriminadamente de Helmantik, Hermándica ou Salmántica. Sob domínio Romano, Visigodo, em 589 estava cristianizada. Em 712 rende-se aos Muçulmanos. Entre 715 e até finais do século XI foi uma ciudad abierta, pelos piores motivos. Ninguém queria nela estabelecer-se, certo de que seria saqueado, ora por mouros, ora por cristãos.
Símbolos
A célebre rã de Salamanca é um baixo relevo da fachada da Universidade, está pousada sobre um crâneo e, segundo a tradição, garante ao estudante que a descobrir, no meio do delírio exposto na pedra, boa sorte nos estudos e bom casamento.
O Cielo de Salamanca é um afresco do século XV, pintado por Fernando Gallego entre 1485 e1490, que ocupava originalmente os 400m2 da abóboda da antiga Biblioteca Universitária. Atualmente, parte da obra pode ser apreciada nas Escuelas Menores, no Museu Universitário. Serviu de inspiração ao símbolo de Salamanca 2002.
Não há globalização que os faça desistir da siesta. Foi assim por uma tarde de ruas tão desertas que acabamos por nos recolher, aguardando que "eles" regressassem.
De onde? eis um mistério que não conseguimos decifrar.






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